O estudo sugere estratégias para bloquear a transmissão da hanseníase
A tese Estratégias para bloquear a transmissão da hanseníase em município hiperendêmico – Mossoró/RN foi a vencedora do Prêmio Anual IOC de Teses Alexandre Peixoto dentre as teses com temas correlatos. O trabalho foi defendido em 2016 e realizado por Mauricio Lisboa Nobre, colaborador do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da UFRN, orientado pela diretora do IMT, Selma Maria Jerônimo, e por Euzenir Nunes Sarno, do Laboratório de Hanseníase do Instituto Osvaldo Cruz.
Na tese, Maurício Lisboa investigou a epidemiologia da Hanseníase no município de Mossoró e constatou 18 novos casos da doença entre cerca de 1.300 estudantes examinados, o que revela uma taxa de infectados de 1,3%. O dado é importante na medida em que a infecção de crianças aponta para uma manutenção da transmissão da hanseníase. Acompanhando cerca de 300 pessoas com contato próximo com as 18 crianças diagnosticadas, entre amigos, familiares e professores, o estudo verificou que seis apresentaram diagnóstico positivo para a doença, com prováveis fontes de infecção exteriores ao ambiente domiciliar.
O estudo sugere estratégias para bloquear a transmissão da doença, incluindo a realização de busca ativa para detecção de casos, o tratamento precoce e a reestruturação de ambientes favoráveis à propagação do agravo. Os resultados foram encaminhados à Prefeitura Municipal de Mossoró. A professora Selma Jerônimo acrescentou que, baseado no estudo, a UFRN está desenvolvendo ações similares nos municípios de Ceará-Mirim e Nova Cruz.
Instituto Osvaldo Cruz
Com 116 anos de criação e contando com 72 laboratórios de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, dedicados ao estudo e à geração de produtos e insumos para diversas doenças, o Instituto Osvaldo Cruz é referência, junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), na prestação de serviços de referência de âmbito regional, nacional e internacional. A interface com a população se dá através da assistência médica de referência em hanseníase e hepatites, da capacitação profissional oferecida nas diversas modalidades de cursos e da atualização constante de seu sítio na internet. Há cinco anos, a instituição criou o Prêmio Anual IOC de Teses Alexandre Peixoto, distinção que escolhe pesquisas com destaque e que contemplem temas de importância para a saúde pública, como hanseníase, doença de Chagas, leishmanioses e Aids.
Redação com informações da AGECOM/UFRN
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