Serra do Mel se destaca no cultivo de caju com apoio técnico da Ufersa Geral

quarta-feira, 20 novembro 2024
(Foto: cedida pelo pesquisador)

Projeto busca desenvolver cadeia produtiva sólida e sustentável

A vocação de algumas cidades do oeste potiguar para a fruticultura já está estabelecida há mais de 20 anos. Agora, um trabalho de assessoria técnica para a produção do cultivo de caju no município de Serra do Mel poderá ampliar a aceitação desse fruto no mercado nacional. As ações de extensão universitária vêm oferecendo suporte técnico aos produtores locais, ajudando a melhorar o manejo, a colheita e o pós-colheita, com o objetivo de garantir a qualidade do fruto. A coordenação do projeto é dos professores Josivan Barbosa Menezes e Patrícia Lígia Dantas de Morais, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa)

Para Menezes, a região tem condições privilegiadas para o cultivo do caju anão precoce, uma variedade desenvolvida pela Embrapa. “Essa variedade tem alto teor de açúcar, menos acidez e taninos, o que a torna ideal para o consumo in natura. Além disso, o porte baixo facilita a colheita, preservando a qualidade do fruto”, explica o professor, que é responsável pelo projeto.

Cadeia produtiva sustentável

Para o professor Josivan Menezes, o caju potiguar pode figurar entre os melhores do Brasil. (Foto: Passos Jr / Ufersa)

O trabalho da Ufersa em Serra do Mel vai além da orientação técnica. A universidade busca criar uma cadeia produtiva sólida e sustentável, baseada no modelo de sucesso já utilizado para frutas como o melão e a manga, que hoje estão no mercado internacional.

“Estamos auxiliando os produtores a implementar práticas de manejo adequadas para garantir a qualidade e a vida útil do caju até sua chegada ao mercado consumidor, seja em São Paulo ou até mesmo futuramente na Europa”, explica. O professor alerta que os produtores tomem os cuidados que necessários para a colheita e o armazenamento da fruta em câmaras frias. Assim como o morango, o caju também é muito delicado.

A equipe da Ufersa, em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), realiza visitas técnicas que impulsionam a transferência de conhecimento e a implementação de técnicas modernas. No entanto, o professor destaca a necessidade de estrutura para os pequenos e médios produtores. “É indispensável a instalação de galpões de embalagem adequados, o que pode ser viabilizado por meio de financiamentos e associações. Sem isso, é impossível atender às exigências do mercado”, completa.

Alternativa viável

Com o manejo correto, o caju pode ser produzido durante os 12 meses do ano (Foto: Cedida pelo pesquisador)

A cultura do caju em Serra do Mel vem se consolidando como uma alternativa econômica viável para os produtores locais. Com áreas que variam de 50 a 800 hectares, a produção tem potencial para gerar renda significativa com alto valor agregado. No campo, o quilo do caju vale cerca de R$ 0,50. Depois de processado e embalado, o mesmo produto pode alcançar R$ 3,00.

“Com o manejo correto, o caju pode ser produzido durante os 12 meses do ano, o que é crucial para fidelizar os compradores. Essa regularidade é o que garante que o consumidor encontre o fruto toda semana no supermercado”, destaca Menezes.

Localizada a 35 quilômetros da Serra do Mel, a Ufersa reforça seu compromisso com a região e com a missão de fomentar o desenvolvimento sustentável. “A universidade não pode se distanciar de um projeto tão importante, que tem o potencial de transformar a economia local e colocar o caju potiguar entre os melhores do Brasil”, conclui o professor.

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