Nossa Ciência relembra as matérias mais significativas de 2017
Um aço mais resistente e durável. Este é o resultado do trabalho do Grupo de Pesquisa de Materiais e Tecnologia do Pó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que desenvolveu uma técnica para obtenção desse material especial. E foi justamente essa técnica que uniu o aço ao carbeto de nióbio que resultou na terceira carta patente da universidade.
O coordenador do grupo, professor Uilame Umbelino Gomes, afirma que sua equipe multidisciplinar com cerca de 20 pessoas, entre professores e alunos, está muito feliz com essa patente. “Esse trabalho foi registrado em 2005. É um processo de dez anos, o que mostra a dificuldade nessa questão das patentes. Mas estamos felizes de ser a terceira carta patente da UFRN”, afirma Umbelino que também é o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte – Fapern. Nessa linha, o grupo tem em andamento cerca de 15 pedidos de privilégio de patente.
De acordo com Umbelino, o grupo de pesquisa trabalha com os chamados materiais particulados, um nome recente para o que era conhecido como Metalurgia do Pó ou Tecnologia dos Pós. “Os materiais particulados têm uma série de vantagens no seu processamento, é a única técnica de processamento de materiais onde você pode durante o processo controlar propriedades, ao contrário do que chamamos de fusão. Aqui você pode mexer na propriedade, controlar a porosidade, a propriedade mecânica, condutividade elétrica ou térmica, tudo pelo processamento”, explica.
Para obter o aço especial, os pesquisadores da UFRN adicionaram carbeto de nióbio que apresenta alta dureza, ótima resistência à corrosão e excelente estabilidade química. “Através dessa técnica, se eu acrescento materiais especiais, no caso aqui o carbeto de nióbio, e com isso posso modificar o aço e obtê-lo com propriedades mais específicas, por exemplo, a micro dureza, a resistência ao desgaste. Essa foi a proposta da tese do professor Marciano Furukava, que desenvolveu esse trabalho e obteve um excelente resultado”, ressalta Umbelino. Ao lado dos professores Umbelino e Furukava, a equipe também conta com os pesquisadores Leiliane Alves de Oliveira, Carlson Pereira de Souza e Sergio Renato da Silva Soares.
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