Reitores repudiam ensino superior pago Políticas de C&T

sexta-feira, 29 julho 2016

Nota da Associação dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais critica editorial do jornal O Globo

Em reposta ao editorial do jornal O Globo, que aponta o fim do ensino superior público no Brasil como solução para a crise fiscal que o país atravessa, a Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) publicou, na última quarta (27), uma Nota defendendo a educação pública e gratuita. 

Para a presidente da Abruem, Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro, a publicação do editorial por um representante da grande mídia caracteriza-se como uma ameaça real às conquistas sociais garantidas na Constituição Federal. “Quando um jornal de grande circulação usa o espaço nobre, que é o editorial, as forças políticas estão lançando o tema para ver como a sociedade responde”. Em sua opinião, a sociedade precisa estar atenta para não perder os direitos já conquistados.

Rechaçando a tese de que as universidades públicas agravam a crise, a reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz, localizada na Bahia, garante que ao contrário disso, as universidades estaduais e municipais tem garantido o ensino superior a parcelas das populações que antes não tinham acesso e assim contribuem para a redução das desigualdades. “A política de reservas de vagas está implantada em quase todas as universidades estaduais e municipais mesmo antes das universidades federais”. A gestora acrescentou que pela característica de estarem localizadas, principalmente no interior e não em regiões metropolitanas, essas instituições têm garantido acesso a mulheres, pretos e pardos.Treze das universidades associadas estão localizadas em estados no nordeste.

Manifesto na íntegra

A Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais – ABRUEM, entidade que congrega 45 instituições públicas de ensino superior, vem a público formalizar veemente repúdio ao teor do Editorial veiculado pelo Jornal “O Globo” de 24 de julho do corrente que propõe o fim da gratuidade no ensino superior público no Brasil.

Equivocadamente apresentada como possível solução para a crise fiscal que se abate sobre o País, a proposta afronta o princípio constitucional consagrado pelo Inciso IV do Art. 206 da Constituição Federal, rompendo com uma conquista do conjunto da população brasileira, além de se apresentar ancorada na falsa premissa de que a gratuidade seria causadora de concentração de renda.

Respaldadas por seu sólido histórico de ações voltadas ao enfrentamento das graves distorções sociais em nosso País, o conjunto das Universidades Públicas Estaduais e Municipais filiadas à Abruem reafirmam a defesa intransigente da gratuidade de ensino como instrumento efetivo de democratização do acesso ao ensino superior de qualidade.

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