Projeto de pesquisa do ISD sobre autismo é aprovado em programa nacional Políticas de C&T

quinta-feira, 23 janeiro 2025
Pesquisa do ISD capta mais de R$ 440 mil em chamada do CNPq (Foto: Ascom ISD / Cedida)

CNPQ vai investir R$ 440 mil no projeto que contará com pesquisadores do Brasil e do Canadá

O Instituto Santos Dumont (ISD) conquistou a aprovação de um projeto de pesquisa no âmbito do Programa Conhecimento Brasil, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A iniciativa fomenta projetos colaborativos entre pesquisadores brasileiros e instituições do exterior. O trabalho receberá cerca de R$ 440 mil em recursos, conforme divulgado na chamada final do programa.

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Sob a liderança do professor-pesquisador Denis Delisle Rodriguez, do ISD, o projeto busca desenvolver sistemas inteligentes e intervenções baseadas em neurofeedback para melhorar a atenção e a comunicação verbal em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). “O projeto apresenta como diferencial o uso de neurofeedback em múltiplas regiões corticais, utilizando interfaces cérebro-computador e cérebro-cérebro para melhorar habilidades cognitivas e de comunicação em crianças com TEA que não possuem linguagem verbal”, explica Rodriguez.

Novo modelo aplicado no treino da atenção sustentada

Denis Delisle Rodriguez é um dos pesquisadores envolvidos no projeto (Foto: Ascom ISD / Cedida)

O professor explica os objetivos do projeto. São três as contribuições principais para crianças autistas com déficit de atenção e/ou sem comunicação verbal. “A primeira é um novo modelo aplicado no treino da atenção sustentada, usando colaboração cérebro-cérebro em duplas de participantes. Com isso, espera-se promover a autorregulação de ondas cerebrais em regiões que aumentem o desempenho; a segunda contribuição é o desenvolvimento de uma terapia com jogos sérios, combinando o treino da atenção sustentada para melhorar habilidades comunicativas. Por fim, o projeto visa identificar regiões e ondas cerebrais envolvidas na reprodução mental de músicas, traduzindo esse conhecimento em uma nova terapia que estimule atividades cerebrais capazes de potencializar o início da fala em crianças sem comunicação verbal,” esclarece.

Rodriguez destaca a importância de investir em abordagens terapêuticas inovadoras para o diagnóstico precoce e o tratamento do TEA. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno afeta cerca de uma em cada 100 crianças globalmente, evidenciando a necessidade de iniciativas que atendam esse público.

Dificuldades de comunicação

O TEA é caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social, além de possíveis comportamentos repetitivos, interesses restritos e sensibilidade a estímulos sensoriais, como sons altos ou multidões, dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas. Sua manifestação pode variar em três níveis, conforme o suporte necessário: leve (nível 1), moderado (nível 2) ou elevado (nível 3).

Os recursos destinados pelo CNPq viabilizarão a aquisição de equipamentos como sistemas avançados para monitoramento da atividade cerebral e computadores de alto desempenho, além de financiar o intercâmbio acadêmico entre pesquisadores. Parte das atividades será conduzida por profissionais brasileiros envolvidos em programas de pesquisa no Canadá.

Além de Rodriguez, o projeto conta com a participação dos professores-pesquisadores André Azevedo Dantas e Gabriel Vasiljevic, ambos do ISD, e do professor Tiago Henrique Falk, do Institut National de la Recherche Scientifique, no Canadá. Também integram a equipe os professores Anibal Cotrina Atencia e Mariane Lima de Souza, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e Monilly Ramos Araújo Melo, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Programa Conhecimento Brasil

Executado pelo CNPq, o Programa Conhecimento Brasil é uma das dez ações prioritárias estabelecidas em 2023 pelo Conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. A iniciativa integra a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o período de 2023 a 2030, consolidando-se como um importante instrumento de fomento à pesquisa científica em rede.

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(Ascom ISD - edição Nossa Ciência)

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