Professora da UERN é nomeada para Conselho Técnico-Científico da Capes Educação

segunda-feira, 21 dezembro 2015

Para Maria Lúcia Pessoa Sampaio, que atua no Campus em Pau dos Ferros, participar de decisões relacionadas às políticas educacionais é um marco e de extrema importância

A professora Maria Lúcia Pessoa Sampaio, docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) foi nomeada para o Conselho Técnico-Científico da Educação Básica (CTC-EB) da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Com área de concentração na educação básica, ela atua no Campus Avançado Professora Maria Eliza de Albuquerque Maia (CAMEAM/UERN), em Pau dos Ferros. Para a professora participar de decisões relacionadas às políticas educacionais, com temas tão emergentes que implicam na melhoria da Educação Básica, constitui-se um marco e de extrema importância.

Pela primeira vez, a UERN tem um de seus docentes com assento nesse Conselho, discutindo temas de tamanha importância para a educação básica e superior no Brasil, elaborando e contribuindo para a formulação de políticas nacionais e estabelecimento de parâmetros de avaliação da demanda por profissionais do magistério da educação básica. Para a professora essa é uma oportunidade única, principalmente, por estar inserida num contexto diferente da maioria dos meus pares. “Sinto-me privilegiada por representar o lugar que falo, ou seja, no interior do interior, pois Pau dos Ferros é uma cidade com menos de trinta mil habitantes, mas que têm se destacado por ter se constituído um polo universitário de grande proporção, tendo atualmente dois doutorados, cinco cursos de mestrados (além de outra proposta em apreciação na CAPES). Além disso, temos a grata satisfação de ter feito parte da maioria desses Programas, desde a comissão de criação”, conta.

O CTC-EB tem como objetivo elaborar políticas e diretrizes de atuação da CAPES no tocante à formação inicial e continuada de profissionais do magistério da educação básica e a construção de um sistema nacional de formação de professores. Maria Lúcia Sampaio encara o desafio com grande expectativa principalmente por estar implicada na maioria dos temas dos quais os CTC tem se preocupado, a exemplo de programas onde atua como docente e colaboradora: Programa PARFOR (docente), PIBID (colaboradora) mestrados em redes (coordenadora do Profletras), Base Nacional Comum (docente da Pedagogia). “Vale ressaltar que como extensionista no Programa Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas (BALE) no qual atuo desde 2007, a nossa atuação tem se tornado cada vez mais próxima da relação entre Ensino Superior e Educação Básica, favorecendo, assim uma visão longitudinal dos problemas e dos acertos nessas esferas, das quais emergem temas relevantes para às politicas de formação de professores no país”, destaca.

Maria Lúcia Sampaio acredita que sua participação no CTC da CAPES ajudará não apenas no seu trabalho no PPGE, mas nos demais espaços onde está inserida. “Acredito que o nosso trabalho ganhará novos contornos, na medida em que estaremos discutindo temas tão necessários para a nossa atuação profissional, sobre os quais, como disse durante minha posse que estou diretamente implicada”, ressalta. A professora conta que participou como Consultora na CAPES na área de Ensino, experiência que ampliou sua visão, mas que agora, segundo ela, se alarga ainda mais com esse novo desafio. “A expectativa não apenas minha, mas de outros colegas era grande, uma vez que a nossa Portaria de nomeação havia sido publicada em dezembro de 2014 e apenas um ano depois foi possível o CTC se reunir e traçar um calendário com reuniões periódicas. Mas, agora já temos agenda para fevereiro de 2016”, afirma.

Cortes e mudanças preocupam

No dia 8 de dezembro, a professora Maria Lúcia Sampaio participou da sua primeira reunião do Conselho da CAPES, em Brasília, para discutir: o balanço da implementação dos Programas da Política Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério da Educação Básica no âmbito da CAPES; a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação; as novas diretrizes curriculares das licenciaturas: estágio supervisionado e Prática como componente curricular, além do papel da pesquisa e da Pós-Graduação na institucionalização dos programas de formação de professores nas IES.

Dessa primeira reunião, ela destaca alguns temas. “Tivemos quatro pontos imprescindíveis para esse momento de contenção de gastos e ao mesmo tempo de necessário investimento para continuidade de programas. Foram eles: balanço da implementação dos Programas da Política Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério da Educação Básica no âmbito da Capes (DEB e DED); a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação – Secretaria da Educação Básica (SEB/MEC); as novas diretrizes curriculares das licenciaturas: estágio supervisionado e prática como componente curricular: Conselho Nacional de Educação (CNE); o papel da pesquisa e pós-graduação na institucionalização dos programas de formação de professores nas Instituições de Ensino Superior: Diretoria de Avaliação (DAV)”.

Apesar das expectativas positivas e favoráveis do novo posto, Maria Lúcia Sampaio se mostra apreensiva com os cortes que o setor pode sofrer. “Embora eu estivesse implicada em todas essas discussões acredito que o primeiro e o último ponto nos deixou mais apreensivos, uma vez que nos foi apresentado um balanço não muito animador que implicará em cortes e em alguns casos a descontinuidade de muitos Programas já existentes na CAPES de já comprovado impacto positivo na realidade, especialmente, do interior do Brasil. Destaco, também, do último ponto de pauta o fato de que este implicará em duas necessidades de mudanças: a) de se buscar novas métricas de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação, principalmente, dos mestrados profissionais e em rede nacional. Esse ponto já se constitui preocupação da Área de Ensino; b) busca de diferentes meios de melhor aproveitamento dos docentes qualificados que começam a chegar na Educação Básica para que estes se tornem agentes de mudanças para a qualidade de ensino ofertada. Para isso, comissões de estudos serão constituídas posteriormente para Avaliação caso a caso”, avalia.

Para a professora o momento é difícil e exigirá muito trabalho. “Estamos em momento crítico que exige maior contenção e não a ampliação de demandas, advindas da agenda nacional, que passa por necessidades de otimização de recursos e de investimentos. Acredito que em qualquer um dos temas dessa agenda posso fornecer contribuições por estar de algum modo envolvida diretamente com essas necessidades”.

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