Prêmio Jovem Cientista Geral

quinta-feira, 13 fevereiro 2025
Vasiljevic Mendes: Ganhar esse prêmio é uma validação do caminho que estamos trilhando.

Pesquisa premiada de Gabriel Vasiljevic Mendes desenvolve interfaces cérebro-computador acessíveis, ampliando a inclusão na saúde pública e no SUS.

Aliar tecnologias inovadoras à saúde pública. Esse é o objetivo da pesquisa desenvolvida pelo pesquisador potiguar Gabriel Alves Vasiljevic Mendes, terceiro lugar na categoria “Mestres e Doutores” na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista.

A cerimônia ocorreu na tarde desta quarta-feira (12), no Sesi Lab, em Brasília/DF, e contou com a presença da ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Magnus Galvão, entre outras autoridades.

Vasiljevic Mendes é professor e pesquisador do Instituto Santos Dumont (ISD), Organização Social localizada em Macaíba, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Neuroengenharia. Seu trabalho tem foco no desenvolvimento de interfaces cérebro-computador (ICC), tecnologia que permite a interação entre o cérebro humano e dispositivos eletrônicos externos por meio de sinais cerebrais.

Barreiras técnicas

O professor do ISD começou a desenvolver a pesquisa que rendeu a premiação em 2014, quando passou a se interessar pela área de ICC e a investigar suas possibilidades. Ele identificou que, apesar do grande potencial dessa tecnologia, barreiras técnicas, a necessidade de equipamentos caros e os treinamentos prolongados ainda limitam seu uso. Para superar esses desafios, Gabriel desenvolveu jogos de código aberto controlados por ICC e realizou experimentos para entender como elementos visuais, sonoros e a interação social podem melhorar o desempenho dos usuários assistidos pela ferramenta.

O professor Leonardo Cunha de Miranda orientou o projeto, que se tornou tese de Doutorado, e a equipe do Departamento de Informática e Matemática Aplicada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DIMAp/UFRN), no grupo de pesquisa PAIRG (Physical Artifacts of Interaction Research Group), o desenvolveu.

O trabalho tem o título “Model, Taxonomy and Methodology for Research Employing Electroencephalography-based Brain-Computer Interface Games” [Modelo, taxonomia e metodologia para pesquisa aplicando jogos baseados em eletroencefalografia com Interface Cérebro-Computador, em tradução livre].

Resultados já em uso no mundo

“Nossa pesquisa mostrou não somente as limitações atuais do uso de ICC com dispositivos de baixo custo, mas também resultou em um modelo, uma taxonomia e uma metodologia que ajudam no desenvolvimento e adaptação de jogos para controle pelo cérebro”, explica Gabriel. Os resultados já estão sendo utilizados por pesquisadores de mais de 140 instituições ao redor do mundo, incluindo universidades, centros de pesquisa, empresas e órgãos de formulação de políticas públicas.

As interfaces cérebro-computador permitem que pessoas com deficiência física severa, como tetraplegia, Parkinson ou esclerose lateral amiotrófica, consigam controlar dispositivos eletrônicos, se comunicar e participar de atividades cotidianas sem depender de movimentos corporais. “Tornar esses dispositivos mais acessíveis e intuitivos é essencial para ampliar seu uso na rede pública, especialmente no SUS”, ressalta o pesquisador.

A conquista do Prêmio Jovem Cientista representa um importante reconhecimento do trabalho desenvolvido por Gabriel Vasiljevic e pelo ISD. “Ganhar esse prêmio é uma validação do caminho que estamos trilhando e também uma oportunidade para ampliar a visibilidade da neuroengenharia e fomentar novas pesquisas na área”, destaca.

Texto e fotos: Ascom ISD

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