Método inovador vem sendo desenvolvido em parceria com instituição espanhola
Desenvolver biomateriais com cerâmicas avançadas em um processo muito mais barato, seguro e de boa aceitação pelo organismo humano, sem causar reações adversas. É nisso que trabalham Willams Barbosa e Imarally Souza pesquisadores do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O método utilizado pela dupla, que é inovador, chama-se Síntese por Combustão de Solução, técnica mais rápida e simples (gasta cerca de metade da energia usual e faz em dez minutos o que as técnicas atuais levariam cerca de um dia).
Enquanto Willams trabalha para desenvolver um novo “cimento” para processos de endodontia, Imarally se dedica a criar Scaffolds (palavra em inglês que pode ser traduzida como andaimes, arcabouços), que são uma espécie de ponte que se dá muito bem com a célula óssea, auxiliando o crescimento do tecido.
Os estudos da Síntese por Combustão de Solução estão bem avançados em alguns pontos do planeta: o Instituto de Cerámicas y Vidrio, na Espanha, com projeto desenvolvido pelo Dr. Miguel Ángel, e o Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (CertBio), do CCT, são alguns desses poucos exemplos. Esse é o motivo, afinal, por que os pesquisadores foram à Europa realizar um intercâmbio de experiências, e onde estiveram por um ano para aprimorar os estudos.
A verdade é que, se a questão fosse somente relacionada à capacidade dos laboratórios, já estavam muito bem servidos. O CertBio oferece estrutura avançada e acreditada pela Anvisa, algo que poucos laboratório no Brasil possuem.
“O laboratório aqui é amplamente completo e, inclusive, há etapas que o Instituto em que estivemos na Espanha não realizava e que aqui é feita sem problemas, como realizar ensaios biológicos no nosso material”, contou Imarally, lembrando que o Instituto de Cerámicas y Vidrio trata de um tema bem específico, que veio a complementar seus estudos, estes, sim, relacionados diretamente a biomateriais. “Mas a troca de aprendizados e experiências com outros profissionais, o aprimoramento das técnicas, além do aprendizado profissional e cultural, isso tudo não tem preço”, completou.
Cimento bioativo
O foco do trabalho de Willams é desenvolver um novo “cimento” para processos de endodontia, com melhoramento considerável de suas propriedades, a partir da obtenção de uma cerâmica especial. Em resumo, um processo muito mais barato, seguro e de rápida secagem (não mais que uma hora).
“Estamos falando de um cimento bioativo, que pode proporcionar uma melhor reação com o tecido e não causa reações adversas. Sem contar que o tempo para endurecimento é pelo menos a metade do que é atualmente. Esse material é totalmente bem recebido e aceito pelo corpo humano”, explicou o químico Willams.
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