Composto em pó desenvolvido na UFPB pode ajudar no tratamento de infecções provocadas pelas bactérias Escherichia coli, Pseudomonas aeroginosa e Staphilococcus aureus
O composto, criado a partir das proteínas do leite caprino hidrolisadas in vitro, contém peptídeos (pequenos pedaços das proteínas) e pode ser utilizado como aditivo ingrediente, suplemento alimentício funcional e na composição de farmacêuticos com função antibacteriana.
De acordo com a Profa. Tatiane Gadelha, o leite caprino foi utilizado por ser um produto com baixo poder alérgico e de fácil acesso, visto que a bacia leiteira caprina está em grande parte localizada na região Nordeste do Brasil.
“Buscamos gerar na pesquisa peptídeos bioativos que podem agir sobre o crescimento da Escherichia coli. Além disso, também podemos incorporar os peptídeos obtidos por hidrólise e caseínas (proteínas) em iogurtes, requeijão e outros derivados lácteos, podendo assim, aumentar o tempo de armazenamento”, contou a pesquisadora.
As bactérias utilizadas nesse estudo são patogênicas e podem apresentar resistência a antibióticos. “As do tipo Staphylococcus aureus apresentam alta resistência para penicilina, eritromicina e ampicilina. A Escherichia coli apontou alta resistência para ampicilina e nitrofurantoína. Cepas de Pseudomonas aeruginosa também indicaram perfil de alta resistência. Devido a isso, procuramos novas opções de antimicrobianos para combater essa resistência”, destacou.
No estudo, as pesquisadoras também encontraram resultados promissores para a redução da dor temporomandibular (problemas na articulação da mandíbula).
A pesquisa surgiu a partir de um projeto em que se buscava analisar as proteínas e os peptídeos bioativos presentes no leite caprino com o intuito de encontrar compostos com atividades biológicas. “Usamos somente um grupo de proteínas do leite: a fração caseínica (são as proteínas usadas para fazer o queijo), que é o principal grupo proteico – equivalem a aproximadamente 80% do total de proteínas do leite”.
Essas proteínas foram separadas do leite por precipitação ácida. “Adicionamos ácido para que as proteínas precipitassem e se separassem do soro. Elas foram, então, hidrolisadas com enzimas proteolíticas (pepsina e tripsina), foram quebradas em pequenos fragmentos que são chamados de peptídeos. Essa fragmentação e a criação de peptídeos é importante pois esses fragmentos geralmente apresentam maior atividade biológica do que as proteínas”, explicou a professora.
O efeito do composto sobre o crescimento das bactérias foi analisado em ensaios antimicrobianos segundo as normas do protocolo M7-A6 do National Comite For Clinical Laboratory Standards – NCCLS (2003).
Também participaram da pesquisa a bióloga Thaís Susana Marinho (UFPB), Prof. Carlos Alberto de Almeida (UFPB) e a Profa. Helliada Chaves e sua equipe da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ademais, teve apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto UFPB de Desenvolvimento da Paraíba (IDEP).
A tecnologia pode ser comercializada e disponibilizada através da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova-UFPB). O interessado pode entrar em contrato pelo número (83) 3216-7558 ou pelo e-mail inova@reitoria.ufpb.br.
Fonte; Ascom da UFPB
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