Pesquisadora do Instituto Internacional de Física da UFRN recebe condecoração da Câmara dos Deputados Geral

quarta-feira, 20 março 2019

Medalha Mietta Santiago foi entregue como reconhecimento pelos resultados alcançados no desenvolvimento de uma pesquisa inovadora, que poderá beneficiar vítimas de acidentes

Nesta terça-feira (19), a Câmara dos Deputados realizou a solenidade de entrega da Medalha Mietta Santiago, condecoração que homenageia iniciativas relacionadas aos direitos das mulheres. Em 2019 cinco mulheres receberam a premiação, entre elas Gabriela Barreto Lemos, cientista do Instituto Internacional de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IIF-UFRN).

“Eu fiquei muito lisonjeada e feliz com esse prêmio, principalmente quando me vi ao lado de pessoas que eu admiro muito. É uma honra!”, afirmou a pesquisadora.

A física de origem mineira, e que integra o IIF-UFRN desde 2017, tem se destacado com pesquisas nos campos ótica quântica, emaranhamento, informação quântica, imagens quânticas, sistemas quânticos abertos, caos quântico e ótica clássica na aproximação paraxial.

Seu trabalho também se estende para a área de divulgação científica, em especial entre crianças. Durante o ano de 2018 ela esteve ligada ao projeto “Sementinhas da Ciência”, um programa especial, desenvolvido pela professora Laura Bohórquez, e que leva experimentos científicos a crianças de escolas públicas de Natal e tem uma atenção especial em incentivar meninas a também buscarem carreiras dentro das ciências.

Sobre a medalha 

Outras quatro mulheres foram homenageadas com a medalha por suas contribuições em diferentes áreas, como a Bioquímica Débora Foguel, a professora Gina Vieira Ponte e a médica Beatriz Bohrer de Amaral. A lista conta ainda com o nome da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em março do ano passado.

A medalha Mietta Santiago foi criada em 2018 e seu nome refere-se ao pseudônimo de Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira. Nascida em Varginha (MG), ela questionou, por meio de um mandado de segurança em 1928, a proibição do voto feminino no Brasil, afirmando que isso violava a Constituição então vigente, que não vetava esse voto. Conseguiu assim o direito de votar e o de concorrer ao cargo de deputada federal.

Mais investimento em ciência

A pesquisadora foi condecorada pelos resultados alcançados no desenvolvimento de uma pesquisa inovadora, que permite a captação de fotografias através da reprodução de pequenos feixes de partículas, possibilitando a construção de uma imagem que não seria visível a olho nu. A técnica poderia, por exemplo, ajudar a identificar ferimentos internos em pacientes de trauma.

Em seu discurso na Câmara dos Deputados a pesquisadora parabenizou as demais homenageadas e pediu para que o Brasil volte a destinar investimento para a ciência, em especial para a ciência básica, que para ela tem um papel fundamental no desenvolvimento do país.

“Espero que essa medalha sirva para relembrar a todas e a todos nesta casa a importância do governo brasileiro voltar a investir forte em ciência, inclusive em ciência básica, que como foi no meu caso, pode também levar à inovação e produção de novas tecnologias. Com grande tristeza sou testemunha da queda drástica em investimentos públicos nas universidades e em pesquisa científica nos últimos anos no Brasil. Investimento em educação e ciência é investimento no futuro da nossa nação”, disse a pesquisadora.

A física citou as dificuldades enfrentadas por mulheres na carreira de ciências e o baixo número de meninas que buscam carreiras dentro das áreas de exatas. “Nossas lutas estão apenas começando, não vamos parar até que toda menina curiosa possa estudar e se assim o desejar possa realizar como uma mulher cientista”, concluiu.

(Assessoria de Comunicação IIF-UFRN)

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