Estudo indica que as atividades humanas podem reduzir o número de espécies no litoral do Ceará
UFC – Um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) revelou efeitos negativos da ocupação costeira desordenada.Publicada como artigo na edição 120 da revista internacional Marine Environmental Research, a pesquisa indica que as atividades humanas podem reduzir o número de espécies no litoral do Ceará.
Os pesquisadores compararam os recifes (rochas na faixa da orla) de praias de Fortaleza (Meireles), Caucaia (Iparana e Pacheco), São Gonçalo do Amarante (Taíba) e Paracuru em relação à presença de espécies marinhas (algas, corais etc.) e os impactos das atividades humanas. Foram considerados portos, currais de pesca, bares e restaurantes na faixa de praia, área urbanizada do município, ligações clandestinas de esgoto, dentre outras atividades impactantes. Esses dados serviram como base para a elaboração do índice de pressão das atividades humanas.
“Nas áreas com maior número de atividades, como Fortaleza, constatou-se um menor número de espécies. Nas áreas com menor número de impactos, como Taíba, a biodiversidade é maior”, afirma o biólogo Pedro Carneiro, um dos autores do estudo.
Os resultados mostraram que a urbanização, a falta de saneamento básico, a instalação de molhes (quebra-mares) e construções irregulares na faixa de praia foram de maior importância e negativos para a vida marinha. “O litoral do Ceará possui uma vida marinha rica e pouco conhecida. Os resultados indicam os problemas da ocupação costeira desordenada. Além disso, ressaltam a necessidade do planejamento ambiental para conservar as espécies e as atividades econômicas que dependem dela, como a pesca”, aborda Marcelo Soares, professor do Labomar e integrante do estudo.
A pesquisa tem como primeira autora a aluna de doutorado Adriana Brizon Portugal, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais da UFC. O artigo pode ser acessado pelo Portal de Periódicos da Capes ou na versão on-line do estudo em inglês.
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