Estudo da UFPE é pioneiro nessa abordagem do assunto e irá expandir os conhecimentos sobre as complicações causadas por alterações agudas da doença
UFPE – Engrossando a lista de pesquisas realizadas por especialistas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sobre as arboviroses relacionadas ao mosquito Aedes Aegypti, o estudo “Complicações vasculares na febre Chikungunya”, idealizado por profissionais do Serviço de Cirurgia Vascular do HC, tem o objetivo de expandir os conhecimentos sobre as complicações causadas por alterações agudas da doença. A pesquisa ainda está em andamento, sendo realizada em parceria com os serviços de Medicina Nuclear, Radiologia, Cardiologia e Cirurgia Vascular da unidade.
O objetivo principal do estudo é avaliar a presença de alterações linfáticas nos edemas de membros inferiores de pacientes que tiveram a fase aguda ou subaguda da febre Chikungunya, o que pode comprovar ou não a relação dessas alterações vasculares com a doença.
Para tal finalidade, a pesquisa realizou, em sua primeira fase – que durou de março a junho deste ano – uma série de análises clínicas e exames com pacientes portadores de edema lateral ou bilateral atendidos pelo Ambulatório de Cirurgia Vascular do HC que foram acometidos pela Chikungunya. Até agora 61,6% dos casos avaliados apresentaram características de acometimento da circulação linfática, porém mais estudos ainda são necessários para uma melhor compreensão das alterações patológicas linfáticas analisadas durante a Chikungunya.
De acordo com a pesquisadora à frente do estudo, a cirurgiã vascular Catarina Almeida, ainda não há dados na literatura que comprovem a relação entre a Chikungunya e doenças das veias ou vasos linfáticos, sendo essa pesquisa uma das pioneiras na abordagem do assunto. “Estamos agora iniciando a segunda fase do estudo, na qual realizaremos novamente o exame de linfocintigrafia, que é um procedimento necessário para a análise do sistema linfático dos pacientes. Dessa forma, será possível avaliar a persistência das alterações vasculares já detectadas na primeira fase”, explicou.
A pesquisa está sendo desenvolvida por Catarina em conjunto com o chefe do Serviço de Cirurgia Vascular do HC, Esdras Marques, a cirurgiã vascular Gabriela Buril, a chefe do Serviço de Medicina Nuclear da unidade, Simone Brandão, e os especialistas em cardiologia Monica Becker e Roberto Buril.
Doença – A Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus CHIKV da família Togaviridae e gênero alphavírus, sendo transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, até junho de 2016, foram confirmados 15.053 casos da febre Chikungunya, sendo a maior concentração nos estados do Nordeste, como consta no Boletim Epidemiológico – Volume 47 do Ministério.
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