Brasil e França firmam acordo bilateral de intercâmbio entre hospitais universitários
Uma parceria internacional que visa o intercâmbio de competências e conhecimentos nas áreas de saúde pública, ensino e pesquisa clínica e à consequente melhoria dos serviços oferecidos por esses hospitais, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses são os objetivos da cooperação bilateral firmada entre Brasil e França, que terá vigência de quatro anos.
O acordo foi assinado, no dia 30 de maio, pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e a Associação dos Diretores Gerais dos Centros Hospitalares Regionais e Universitários da França.
Entre as ações a serem desenvolvidas por meio do acordo, estão o intercâmbio de profissionais de saúde, estudantes e professores coordenadores de programas de residência médica e multiprofissional; a elaboração de projetos conjuntos de pesquisa clínica; a promoção de palestras e simpósios, com o intercâmbio de informações e de publicações acadêmicas e participação em congressos; e a promoção de atividades de formação profissional destinadas a profissionais de saúde, tutores e estudantes de programas de residência médica e multiprofissional.
O convênio também possibilitará o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa clínica, que beneficiarão os hospitais filiados à Ebserh, tanto na formação dos profissionais quanto no estímulo aos pesquisadores, possibilitando avanço nas linhas de pesquisa desenvolvidas na Rede Ebserh.
Simpatia bilateral
“Com essa iniciativa, todos os envolvidos ganham”, afirmou a secretária executiva do MEC e presidente do Conselho de Administração da Ebserh, Maria Helena Guimarães. “Ganhamos nós, pelo trabalho, experiência e desenvolvimento da pesquisa e ensino na área da saúde da França. E também ganham os nossos colegas franceses, uma vez que o Brasil é referência em áreas muito importantes, como a pesquisa de genomas e microbiologia”.
Participaram da cerimônia de assinatura do acordo, no MEC, o embaixador da França no Brasil, Laurant Bili, e parlamentares que integram a Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Hiran Gonçalves.
O presidente da Ebserh, Kleber Morais, destacou a celeridade na formatação dessa parceria com o apoio do governo francês. “O Brasil e a França têm várias coisas em comum”, afirmou. “Existe uma simbiose, uma simpatia bilateral. É um marco histórico para a nossa comunidade acadêmica, nas pesquisas e na saúde. O salto de qualidade que vamos dar, não só na área finalística, mas também na área meio, será de grande importância para os nossos hospitais.”
Parceria
Segundo Kleber Morais, haverá, ainda, o fortalecimento de ações de melhoria da qualidade da assistência prestada à população brasileira. “No momento, estão em curso a implementação de diversas ações e programas de gestão da qualidade, de segurança do paciente e humanização da atenção hospitalar”, informou. “Essas iniciativas impactam diretamente no fortalecimento do cenário de prática para formação dos futuros profissionais da saúde do país.”
O presidente da Associação dos Diretores Gerais dos Centros Hospitalares Regionais e Universitários da França, Jean-Pierre Dewite, lembrou que, em seu país, onde 30% de toda a organização hospitalar pública são atendidos por instituições universitárias, 50 mil jovens se formam todos os anos na área e, ainda assim, faltam médicos na rede, o que reforça a relevância do acordo firmado com a Ebserh. “Temos problemas demográficos e financeiros, e é aí que a cooperação tem que ser sentida – na prática profissional e na inovação tecnológica. Nossos médicos não atuam sozinhos, eles têm sempre o que aprender na convivência, por exemplo, com profissionais da engenharia biomédica e da informática”, concluiu.
De acordo com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi, o convênio firmado entre as duas entidades mostra a preocupação do governo federal de trabalhar de forma intersetorial, valorizando os profissionais e oferecendo o melhor serviço ao cidadão. “Esse ato reforçará nossos hospitais públicos como centros de excelência”, destacou. “O Ministério da Saúde reitera o convite aos novos parceiros para que conheçam nossos serviços públicos de saúde e possam levar aquilo que o Brasil produz de melhor na assistência, pesquisa e ensino”.
Ebserh
A Ebserh administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.
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