A lista contempla agentes patogênicos prioritários que podem causar uma emergência de saúde pública e para as quais não existem medidas de combate suficientes
Agentes patogênicos prioritários, que podem causar uma emergência de saúde pública e para as quais não existem medidas suficientes estão na lista divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O organismo pede que a comunidade médica una esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para tratamentos e vacinas com o objetivo de ajudar a controlar possíveis surtos de oito doenças.
Através de uma ferramenta desenvolvida pela OMS, é possível determinar quais doenças e patógenos priorizar para a pesquisa e desenvolvimento em contextos de emergência de saúde pública. Essa ferramenta busca identificar as enfermidades que representam risco devido ao seu potencial epidêmico e para as quais não existem contramedidas ou medidas suficientes. As doenças identificadas por meio desse processo são o foco do trabalho de R&D Blueprint (planos de Pesquisa e Desenvolvimento).
Os especialistas consideram que, dado o potencial dessas doenças e patógenos de causar uma emergência de saúde pública, além da ausência de drogas e/ou vacinas eficazes, existe uma necessidade urgente de acelerar a pesquisa e desenvolvimento para:
A “doença X” representa o conhecimento de que uma grave epidemia internacional poderia ser causada por um patógeno atualmente desconhecido, que levaria a doenças humanas. Por isso, os planos de pesquisa e desenvolvimento buscam explicitamente habilitar a preparação de P&D transversal, que também é relevante para uma “doença X” desconhecida na medida do possível.
Outras patologias
Uma série de doenças adicionais foram discutidas e consideradas para inclusão na lista de prioridades, entre elas: febres hemorrágicas virais, além da febre de Lassa; chikungunya; doenças causadas pelo coronavírus altamente patogênicas, além de MERS e SARS; enterovírus não polio (incluindo EV71, D68) emergentes; e febre grave com síndrome de trombocitopenia (SFTS). Essas doenças representam grandes riscos para a saúde pública e pesquisas e desenvolvimento adicionais são necessários, incluindo vigilância e diagnóstico.
Apesar de não estarem incluídas, foram discutidos os tipos de varíola dos macacos e leptospirose e especialistas ressaltaram os riscos que eles representam à saúde pública. Houve concordância sobre a importância de avaliação rápida das contramedidas possíveis; estabelecimento de vigilância e diagnóstico mais abrangentes; e aceleração de pesquisas e desenvolvimento, além de ações de saúde pública.
Fora da lista, mas que demandam atenção
Várias doenças estão fora do escopo atual do plano: dengue, febre amarela, HIV/aids, tuberculose, malária, gripe causadora de doenças humanas graves, varíola, cólera, leishmaniose, vírus do Nilo Ocidental e peste. Estas representam grandes problemas de saúde pública e pesquisas adicionais são necessárias, através de iniciativas de controle existentes, extensas etapas de pesquisa e desenvolvimento, fluxos de financiamento ou caminhos regulatórios estabelecidos para intervenções melhoradas.
Os especialistas reconheceram, em particular, a relevância de melhores diagnósticos e vacinas para a peste pneumônica e suporte adicional para terapias mais eficazes contra a leishmaniose e também notaram que:
Impacto ambiental
O impacto das questões ambientais sobre doenças com potencial de causar emergências de saúde pública foi discutido e pode ser considerado como parte de futuras revisões. A importância das doenças discutidas foi considerada para populações especiais, como refugiados, populações internamente deslocadas e vítimas de catástrofes.
O valor de uma abordagem One Health (saúde única) foi enfatizado, incluindo processos paralelos de priorização para a saúde animal. Tal esforço apoiaria pesquisa e desenvolvimento para prevenir e controlar doenças animais, minimizando o alastramento e aumentando a segurança alimentar. Também foi observada a utilidade possível de vacinas animais para prevenir emergências de saúde pública.
Além disso, há esforços concertados para enfrentar a resistência antimicrobiana por meio de iniciativas internacionais específicas. A possibilidade de que, no futuro, um patógeno resistente possa emergir e ser priorizado adequadamente não foi excluída. A ordem de doenças desta lista não indica qualquer classificação de prioridade.
Redação com informações da OPAS/OMS Brasil
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