Processo de hidrofobização, desenvolvido por pesquisadores da UFRN, foi patenteado em parceria com a UERN
Transformar um material para que ele passe a repelir a água é a principal função de um equipamento desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que acaba de receber o reconhecimento do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), com a concessão do patenteamento do dispositivo e do processo de hidrofobização de materiais.
O “truque” para afugentar a água está também no método: dentro do equipamento e por meio do uso de agentes hidrofobizantes no estado de vapor, temos a produção de materiais hidrorrepelentes, caracterizados por uma fina película “filme” do agente hidrofobizante na superfície destes. O dispositivo, tecnicamente denominado célula de hidrofobização, opera com temperaturas que variam entre 20 °C e 1000 °C e pressões de 101 kPa a 405 kPa – em outras palavras, com uma situação que pode chegar a quatro vezes a pressão atmosférica. Segundo Ana Clea Marinho Miranda Catunda, autora da tese que resultou na concessão da patente, essas condições do dispositivo permitem minimizar as perdas dos agentes hidrofobizantes durante o processo de produção.
“Os materiais hidrofobizados por essa tecnologia que patenteamos são mais eficientes e melhoram a sua capacidade de absorver, adsorver e sorver líquidos e vapores de compostos orgânicos poluidores presentes nas águas, solos e ar. Dessa forma, contribuem para o desenvolvimento das tecnologias mais limpas para tratamento desses sistemas contaminados por compostos orgânicos, com consequente redução dos impactos ambientais”, colocou a cientista.
Ao lado de Dulce Maria de Araújo Melo, Marcus Antônio de Freitas Melo, Renata Martins Braga e Carlos Henrique Catunda Pinto, ela compõe o grupo de inventores responsável pelo desenvolvimento da tecnologia. A pesquisa foi realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo (PPGCEP), com experimentos no laboratório do Núcleo de Processamento Primário e Reuso de Água Produzida e Resíduos (NUPPRAR) e no Laboratório de Tecnologias Ambientais (LABTAM). Segundo o grupo, o dispositivo e o processo estão prontos para aplicação direta em experimentos nos laboratórios, inclusive, os protótipos foram desenvolvidos e testados, prontos para operação.
“O novo sistema de hidrofobização, composto pela célula de hidrofobização CHF, que utiliza-se do método de hidrofobização in-situ no estado vapor em sistema fechado, é novo na produção de materiais hidrofóbicos e tem como principal vantagem minimizar as perdas dos agentes hidrofobizantes por evaporação que ocorrem em sistemas abertos desenvolvidos e patenteados atualmente”, coloca Carlos Henrique Catunda Pinto.
Fonte: ASCOM- Agência de Inovação da Reitoria/UFRN
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