No RN academia e indústria começam a conversar Inovação

sexta-feira, 9 dezembro 2016

Acordo de cooperação entre UFRN e Federação das Indústrias prevê transferência de tecnologias e conhecimento

Uma queixa muito frequente entre pesquisadores e empresários é a falta de diálogo entre a ciência e a indústria. Um acordo de cooperação técnico-científica assinado no Rio Grande do Norte pode ser um caminho para encurtar a distância entre os dois entes sociais. O acordo, assinado na tarde da última quarta-feira, 08, pela reitora Angela Maria Paiva Cruz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales, contempla o desenvolvimento de pesquisa científica aplicada, serviços laboratoriais e transferência de tecnologia nos segmentos industriais.

Responsável pelo acordo no âmbito da UFRN, o secretário de Gestão de Projetos, Josué Vitor de Medeiros Júnior, revelou que o termo, válido por cinco anos, prevê a transferência de tecnologia proveniente das pesquisas aplicadas. “A cooperação mútua será realizada compartilhando a infraestrutura, aproximando a UFRN dos centros de educação e tecnologia do Senai e, por conseguinte, da indústria”, afirmou.

Transferência de recursos

O acordo não prevê transferência de recursos, informa o secretário. “Todo o projeto futuro será pautado pelo plano de trabalho estabelecido e, de acordo com os interesses das indústrias pelas pesquisas desenvolvidas na instituição, pode haver uma futura transferência de recursos para atender às demandas das empresas”, garantiu.

A cooperação irá contemplar inicialmente as indústrias do setor de alimentos e bebidas, que congrega 10 sindicatos da Fiern. São eles sorvetes, congelados e derivados; panificação e confeitaria; cervejas, refrigerantes, águas minerais e bebidas em geral; laticínios e produtos derivados; extração do sal; doces e conservas alimentícias; pesca; torrefação e moagem de café; panificação e confeitaria de Mossoró e região; polpas, sucos e derivados não-alcoólicos.

Durante a assinatura do documento, o presidente da Fiern ressaltou que a iniciativa pode ajudar a superar a crise. “As indústrias terão a oportunidade de externar suas necessidades para encontrar, por meio da pesquisa, formas de vencer as dificuldades. A inovação é a saída para vencer a crise econômica”, pontou Amaro Sales.

A reitora Angela Cruz reforçou a contribuição para o crescimento das indústrias e para dar visibilidade ao potencial da instituição como geradora de soluções para o setor produtivo. “Esta é a primeira federação com quem firmamos convênio, e esperamos que outras também se tornem nossas parceiras. Estamos aqui para somar e avançar”, destacou

Inovação tecnológica

A indústria potiguar espera soluções para problemas específicos. Essa é a expectativa revelada pelo diretor de Inovação da Fiern, Djalma Barbosa Cunha Júnior. Djalminha confirmou que os trabalhos vão começar em 2017, quando serão realizadas reuniões entre empresários e pesquisadores. “Os empresários vão apresentar os principais problemas da indústria e vão conhecer os projetos já em andamento na universidade. A intenção é que sejam aplicadas as pesquisas para gerar inovação tecnológica”, garante.

O presidente do Sindicato da Indústria de Cerveja, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em geral do Estado do Rio Grande do Norte ressaltou que inicialmente serão vistos os segmentos de bebidas e alimentos, mas logo depois as empresas de outros segmentos da indústria também vão conversar com a academia. Entre as outras áreas a serem beneficiadas posteriormente estão as de construção civil, indústria têxtil, energias renováveis e mineração.

Ampliação

Após a assinatura do documento, será iniciada a execução do trabalho. A Secretaria de Gestão de Projetos da UFRN realizou um levantamento básico de laboratórios e pesquisas que possam atender às necessidades do setor de alimentos e bebidas e, atualmente, traça um mapeamento completo para identificar todos os laboratórios da UFRN. A partir de fevereiro, os empresários farão reuniões com pesquisadores para, assim, serem definidos os laboratórios que serão envolvidos no trabalho.

Perguntado sobre o porquê do governo do estado não ter participado da assinatura, Josué Medeiros Júnior respondeu que o Governo não entrou porque este acordo foi firmado a partir de uma demanda da Fiern. “Entretanto, temos flexibilidade de incorpora-lo nessa parceria futuramente. Além disso, estamos planejando, para 2017, outros acordos da mesma natureza com o Governo do estado e a Fecomércio”, concluiu.

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