Museu de Ciências Morfológicas do RN entra em guia internacional Geral

O espaço passou a fazer parte do Guia de Centros e Museus de Ciência da América Latina e do Caribe

O Museu de Ciências Morfológicas (MCM) do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) agora faz parte de um dos guias mais importantes da América Latina: o “Guide Centres and Science Museums in Latin America and the Caribbean”. A inclusão do museu no guia torna-o um dos mais importantes do ramo científico na América Latina.

“A presença do museu nesse guia é uma riqueza, é motivo de satisfação. É um orgulho ver este museu de cunho acadêmico crescer, ganhar visibilidade, se expandir. A importância de estarmos no guia é quanto à divulgação. Quando olhamos o nosso nome no guia é um orgulho, mostra que estamos no caminho certo”, ressalta a professora Christina Camilo, vice-diretora do Museu.

O Museu de Ciências Morfológicas possui um importante acervo de Anatomia Humana com representações de peças de todos os sistemas do corpo humano, bem como o desenvolvimento embrionário. O espaço possui ainda uma sala com o acervo de Anatomia Comparada, com animais da fauna do Rio Grande do Norte, organizados evolutivamente.

O local ganhou uma sala com o Museu do Mar, constituído por diferentes animais marinhos, desde invertebrados até grandes cetáceos. Além disso, são desenvolvidos projetos de extensão, coordenados por professores do Departamento de Morfologia. Alguns exemplos são o Museu Itinerante de Morfologia: Levando Ciência ao RN; Brinquedos e Brincadeiras no Museu de Ciências Morfológicas da UFRN; Desvendando os mistérios do desenvolvimento embrionário; O museu de Ciências Morfológicas vai ao Parque da Cidade e Histologia: proximidades e assimetrias concretas entre a ciência e a arte.

Nova estrutura

O novo Museu de Ciências Morfológicas já está aberto para visitação. O local passa a oferecer visitas previamente agendadas, para grupos de estudantes e professores do ensino fundamental e médio. As visitas são monitoradas por graduandos dos cursos de ciências biológicas, da saúde e agrárias da UFRN, treinados pelos pesquisadores do museu, sobre os grandes temas da Morfologia, bem como sobre abordagens didático-pedagógicas.

“Até o momento, atendemos a 347 escolas de ensino fundamental ao profissionalizante, com cadastro efetivado e que continuamente realizam visitas em grupos para complementar as aulas de ciências. Além disso, o museu promove o treinamento de professores do sistema educacional, no intuito de melhorar o aproveitamento das visitas escolares ao museu, e capacitá-los para produção de peças e modelos anatômicos, que possam ser utilizados em suas escolas”, comenta a professora Christina Camilo.

O MCM, também, continua realizando um importante papel na divulgação cientifica, por meio de exposições itinerantes organizadas em Natal e outros municípios do estado, com a finalidade principal de divulgar as ações do museu junto a professores e estudantes, bem como beneficiar a população em geral.

De acordo com a diretoria do museu, anualmente há uma média de 25 mil assinaturas nos livros de registro, resultado de exposições itinerantes, realizadas em escolas da capital e em municípios do interior. “Somando-se a isto, desenvolvemos ações visando à inclusão científica de jovens e adultos portadores de deficiência visual, por meio de exposições e projetos desenvolvidos para este público”, destaca a professora Simone Almeida, diretora do Museu.

Contando uma grande história

O Museu de Ciências Morfológicas surge como resultado de um projeto institucional de revitalização dos museus do Centro de Biociências da UFRN. O centro possui três órgãos: o Museu de Anatomia Humana “Professor Hiran Diogo Fernandes”, o Museu de Anatomia Comparada e o Museu do Mar “Onofre Lopes”, que desenvolvem um importante trabalho de divulgação cientifica na área de ciências biológicas.

No ano de 2005, alguns professores, que realizam atividades nesses museus, elaboraram o projeto de criação do Museu de Ciências Morfológicas. Com o apoio do chefe do Departamento de Morfologia, professor Osiel Benedito de Almeida, do diretor do Centro de Biociências, professor Ranke dos Santos e do então reitor professor José Ivonildo Rêgo. O projeto foi submetido e aprovado pela Secretaria Nacional da Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Mesmo antes da conclusão do novo prédio, a equipe do museu iniciou atividades de divulgação científica, atendendo escolas ainda no Museu de Anatomia Humana, mas principalmente, por meio de exposições itinerantes.

Em 19 de outubro de 2009, o prédio do Museu de Ciências Morfológicas foi inaugurado, consolidando a criação de um espaço de ensino informal de ciências, um dos poucos institucionalizados no Rio Grande do Norte.

Ensino, pesquisa e extensão

Para os acadêmicos extensionistas da UFRN, o MCM possibilita a oportunidade de conviver com a realidade social e a prática profissional, além de realizar um exercício de cidadania ao compartilhar com outros, os conhecimentos técnico-científicos adquiridos em sala de aula, em laboratórios de ensino e pesquisa. “Destaca-se ao longo de cinco anos do museu, o envolvimento de quase 180 acadêmicos em suas ações. Esses alunos são mais conscientes de seu papel no desenvolvimento regional, preocupados com o bem-estar e com a qualidade de vida dos cidadãos e da comunidade”, ressalta a professora Simone.

O museu, também, funciona como laboratório para professores da UFRN, que o utilizam nas aulas práticas de suas disciplinas e no desenvolvimento de pesquisas, principalmente na área de difusão e popularização da ciência e tecnologia. “Dentro da extensão conseguimos um grande avanço, mas nosso desafio é agregar ainda mais pesquisas ao museu”, planeja Christina.

Visitação

O Museu de Ciências Morfológicas está funcionando de segunda a sexta-feira nos horários de 7h às 12h e de 13h às 17h. As visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone (84) 3215-3431.