Pesquisadores presentes ao Nossa Ciência em Debate apontam que é hora da sociedade agir para a retomada do crescimento no setor científico
Além de mostrar que é hora de Transformar a crise em oportunidade, o Nossa Ciência em Debate colocou em discussão as atitudes necessárias para a retomada dos investimentos na ciência, tecnologia e inovação. Realizado pelo Nossa Ciência e pela Fundação de Apoio à Pesquisa do estado (Fapern), o evento em homenagem ao Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico reuniu cerca de 30 professores e pesquisadores da UFRN, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e da Fapern, em Natal, no dia 8 de julho.
Para a professora Ângela Paiva, ex-reitora da UFRN, é hora de agir, não só a academia, mas toda a sociedade, principalmente neste momento em que está sendo montado o orçamento de 2020. Ela sugeriu reunir a Comissão de Ciência e Tecnologia, o Fórum dos reitores para trabalhar junto com a Assembleia Legislativa do RN. “A gente tem que estar lá (na ALRN) todo dia para fazer a mudança no planejamento das ações e do orçamento do ano seguinte. É agora que se planeja a PLOA – Projeto de Lei Orçamentária Anual – para ser aprovada no final, nos últimos meses do ano”, detalhou.
Ângela Paiva também lembrou a questão da inovação social que é muitas vezes pautada na academia pelo que é permitido pela legislação e mandou um recado: é preciso se mover além da autonomia universitária, além do que está previsto na lei. “A experiência da UFRN na inovação é significativa, temos hoje 15 cartas-patente, produto dos últimos anos, do esforço, do envolvimento do pesquisador em ter uma aplicabilidade daquilo que é produzido”, exemplificou a professora.
(Des)construção da ciência
Presente ao debate, o primeiro reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), o professor Belchior de Oliveira Rocha parabenizou o Nossa Ciência pela promoção do evento num dia bastante significativo para a ciência brasileira. Ele destacou também a importância do debate e dos discursos não de pessimismo, mas de otimismo para superar todas as dificuldades.
“Avalio que talvez a principal questão hoje nem seja a redução do financiamento da pesquisa, da ciência e tecnologia mas é um conjunto de fatores que está acontecendo no Brasil, onde há uma desconstrução da ciência e por pessoas que deveriam estar construindo esses segmentos, como os representantes governamentais”, argumentou o professor Rocha.
Para o ex-reitor do IFRN, a comunicação e a divulgação são fundamentais para a ciência, tecnologia e inovação do estado devendo ser exercida por todos. “Isso sim é um papel importante da gente fazer, cada membro, cada participante da ciência e tecnologia e mesmo os usuários. Acadêmicos e pesquisadores tem que levar para os usuários, aos beneficiários, à sociedade a ideia de ser um construtor da ciência e um desconstrutor do que está acontecendo, da crise. É o momento de cada um de nós trabalhar também por esse fortalecimento, na retomada do crescimento. E é na crise que se cria que se tem as grandes propostas”, afirmou.
Visibilidade
Já o professor Alípio de Souza Filho, do Programa de Pós-Graduação em Filosofia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e diretor do Instituto Humanitas elogiou a mensagem de otimismo da ex-reitora Ângela Paiva. “É isso mesmo que a gente tem que fazer agora. Temos que procurar fazer que aquilo que nós produzimos como conhecimento, como ciência não só tenha visibilidade, mas ilumine o lugar onde estamos, as pessoas às quais nós chegamos”, resumiu.
A exemplo de outros participantes, Souza Filho parabenizou o Nossa Ciência pelo trabalho de divulgação da ciência do nordeste. “Aquela vocação que vocês construíram como jornalismo de divulgação científica tem sido muito importante para nós, para dar visibilidade ao que estamos fazendo nas nossas instituições. Essa é uma parceria fundamental para o trabalho de nós pesquisadores, nas diversas áreas nas instituições nas quais trabalhamos”, apontou.
Leia também: Homo cientificus quer pensar o Rio Grande do Norte
Edna Ferreira
Como o assunto é ciência, vamos aos fatos:
* A Universitat Autònoma de Barcelona gerou 64 patentes em 2017. Essa Universidade está na última posição das 100 mais inovadoras da Europa.
Será mesmo um grande esforço gerar 15 cartas-patente nos últimos anos?
Fonte: https://graphics.reuters.com/EUROPE-UNIVERSITY-INNOVATION/010091N02HR/index.html
* O financiamento realmente não é o maior problema no Brasil.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/falta-de-dinheiro-nao-e-causa-para-o-baixo-impacto-da-ciencia-brasileira-dooda0h7gcggupxheu5j12qnh/
* O que precisamos é desconstruir a falácia de que produzimos ciência de qualidade, principalmente nas humanidades.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/no-brasil-80-das-pesquisas-em-educacao-sao-desconsideradas-pela-comunidade-academica/
Qualquer análise olhando apenas o próprio umbigo é pura demagogia.