Novo material captura carbono e permite a fabricação de produtos como sacolas plásticas, reduzindo emissões em até 40%
Uma alternativa para reduzir emissões de gases do efeito estufa é usar microalgas na fabricação de produtos como sacolas plásticas. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram essa solução inovadora.
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O novo material, chamado “filamento sustentável para impressão 3D”, captura carbono e permite a fabricação de artigos ecológicos, reduzindo emissões em até 40% por produto. Segundo Isaac de Santana Bezerra, co-inventor do projeto, as microalgas permitem um processo produtivo mais econômico, aproveitando sua grande disponibilidade e baixo custo. Ele é aluno de Doutorado no Programa de Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM).
As microalgas são valorizadas por seu potencial de captura de carbono, o que diminui o impacto ambiental da produção de plásticos. Esse recurso é particularmente relevante em uma indústria, como a de polímeros sintéticos advindos do petróleo. No processo de produção, desde a extração até o produto final, há liberação de quantidades significativas de carbono, prejudicando ecossistemas. O baixo custo é um dos atrativos, situação alcançada em virtude do grande volume disponível de microalgas, associado à capacidade de captura de carbono, o que torna o filamento desenvolvido uma adição diferenciada ao campo dos materiais amigáveis à natureza.
Graco Aurelio Câmara de Melo Viana, professor do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN, destaca o uso das microalgas na produção de biocombustíveis, cimentos e até tecidos elásticos, mostrando sua versatilidade. Esse filamento com microalgas é tão inovador que gerou um pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em outubro.
No pedido de patente, os inventores argumentam que o filamento sustentável é inovador, pois se dispersa bem em matrizes poliméricas, reduzindo custos e o carbono emitido. Edson Noriyuki Ito, coordenador da pesquisa, afirma que a solução representa um avanço na técnica atual e melhora a sustentabilidade dos polímeros sintéticos, com aplicações para embalagens ecológicas.
Pesquisadores criam catalisadores para biocombustíveis
O processo de fabricação aditiva, ou impressão 3D, usa a modelagem por fusão e deposição de filamentos termoplásticos, extrudindo camadas de material para formar objetos tridimensionais. A técnica FDM exige novos filamentos inovadores para ampliar suas aplicações, como o desenvolvido pela UFRN.
No Laboratório de Reologia e Processamento de Polímeros, Isaac Bezerra explica que o produto já foi testado e apresenta alta escalabilidade. Além de Ito e Bezerra, a pesquisa conta com Graco Aurelio, Bruna Luz Carreras e Felipe Pedro da Costa Gomes, sendo patenteada como “Filamento sustentável com capacidade de captura de carbono para aplicação em impressão 3D”.
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