O L.O.U.Co vai funcionar no Portomídia criando e testando produtos e serviços em Internet das Coisas
O Laboratório de Objetos Urbanos Conectados L.O.U.Co foi criado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Porto Digital, e a Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). O ambiente, instalado no Portomídia, em Recife, é voltado para a criação de protótipos e o teste de produtos e serviços em Internet das Coisas (IoT), com foco no bem estar das cidades e na geração de novos negócios inovadores. Financiado pela Facepe, o laboratório é a mais nova iniciativa do parque tecnológico dentro de seu objetivo de pensar os problemas e propor soluções para os espaços urbanos.
Primeiro makerspace proposto pelo Porto Digital, o laboratório é um espaço de fabricação digital com máquinas que permitirão aos usuários do laboratório criar protótipos de alta complexidade. Dentre os equipamentos disponíveis estão duas impressoras 3D, uma cortadora laser, uma fresa de precisão, além de uma impressora de circuitos elétricos e uma biblioteca de sensores como acelerômetros, infravermelhos, de temperatura, luminosidade, pressão, qualidade de ar, fluxo de água e chuva, pulso e scanners biométricos, entre outros.
Para Giordano Cabral, professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador residente no L.O.U.Co, esta é uma das principais iniciativas que o Porto Digital tem hoje em dia. “Por um lado, ele está firmemente fundado em tendências mundiais claras, como a Internet das Coisas, as cidades conectadas, o movimento maker. Por outro lado, ele oferece tecnologias, em especial de fabricação digital, extremamente modernas, que poucas pessoas tem acesso e que lá terão de forma bastante democrática”, detalha.
Diante da importância do projeto, Cabral afirma que mesmo sendo difícil antever o que virá, o laboratório tem as condições para criar o novo. “Estão sendo criadas as condições para que se crie não só novas tecnologias, mas novos mercados. Esse é o marco de uma nova maneira de gerar inovação, bastante baseada em experimentação e prototipação, como exigirá o mercado no futuro. Tudo isso de forma muito livre e aberta, primando pelo desenvolvimento de novos projetos”, explica.
Lançado no dia 17/5 em fase beta, ou seja, em caráter experimental, o L.O.U.Co atenderá quatro perfis distintos de públicos: faculdades e escolas, com a atração de estudantes não só do ensino superior, mas também de instituições de ensino médio, públicas e particulares, e escolas técnicas; empresas do ecossistema do Porto Digital, que poderão testar, criar e prototipar soluções; as empresas e organizações de fora do parque tecnológico, com atenção especial voltada para grupos temáticos e organizações sociais que possam enxergar no laboratório um ambiente de inovação e transformação; estudiosos e interessados em geral, que serão agrupados em times por afinidade, com a missão de apresentar soluções aos desafios propostos pelo Porto Digital.
Em produção
Um dos primeiros projetos em execução no L.O.U.Co é em parceira com a UFPE, através do grupo de pesquisa em Música, Tecnologia, Interatividade e Criatividade (Mustic), para a criação de artefatos para a expressão da criatividade (para as artes, a arquitetura, o entretenimento e a educação). “Quanto a outros projetos, ainda estamos estruturando, mas há pelo menos mais três instituições de ensino, firmando termos de parcerias com o laboratório, para envolver os alunos no processo de desenvolvimento de projetos”, afirma Cabral.
O novo laboratório tem como objetivo construir soluções para áreas como saúde, esportes e bem estar; meio ambiente e ecossistemas; mobilidade urbana; comunicação e informação; urbanismo; segurança; trabalho, consumo e custo de vida; comunidade; e usufruto de serviços públicos. Esse mapeamento, contudo, é preliminar e pode ser alterado de acordo com os resultados alcançados pelos experimentos.
“O tema central é o bem estar das cidades. Mas isto é bastante abrangente. Vai da mobilidade à saúde, perpassando por segurança, educação, ou ainda buscando interagir ludicamente com as pessoas da cidade. O âmbito de atuação é muito amplo, e depende das ideias de todos nós para acontecer”, esclarece Tarciana Andrade, coordenadora do L.O.U.Co.
Apesar de estar voltado para o desenvolvimento da capacidade produtiva do Estado de Pernambuco, o laboratório pode abraçar projeto de todo país. “O que importa são as ideias, e estas devem primar pela melhoria da qualidade de vida das pessoas nas cidades, envolver a internet das coisas e fabricação digital. Sendo assim, toda boa ideia, do Brasil e do mundo, são bem vindas” aponta a coordenadora.
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