Uma das novidades do relatório deste ano é um capítulo exclusivo sobre degradação das terras, que teve como autor líder o pesquisador brasileiro Humberto Barbosa, da UFAL
Delegações de 195 países estão reunidas em Genebra (Suíça), desde sexta-feira, dia 02 de agosto, para examinar, detalhadamente, uma versão preliminar do novo relatório especial sobre mudanças climáticas e uso da terra.
O documento considerado é do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). A expectativa é que as conclusões da análise científico-política sejam divulgadas na próxima quinta (08 de agosto), após aprovação da versão definitiva do relatório.
Dentre os temas discutidos estão: mudança climática, desertificação, degradação dos solos, gestão sustentável das terras, segurança alimentar e fluxos de gases que provocam o efeito estufa nos ecossistemas terrestres.
O relatório especial foi elaborado por cientistas de todo o mundo, durante mais de dois anos. Uma das novidades deste ano é um capítulo exclusivo sobre degradação das terras, que teve como autor líder o pesquisador brasileiro Humberto Barbosa, coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
Foi a primeira vez que um representante brasileiro foi escolhido pelo IPCC para coordenar a construção de um capítulo especial do relatório.
Pontos principais
São cinco os principais pontos do relatório debatido em Genebra. Confira a seguir os destaques.
A degradação da terra afeta pessoas e ecossistemas em todo o Planeta, é afetada pela mudança climática e contribui para ela. A definição dos especialistas do IPCC expande o escopo de degradação da terra para todas as regiões do Planeta, não apenas para as áreas secas. Já a degradação do solo refere-se a um subconjunto de processos de degradação da terra que afetam diretamente o solo.
A agricultura é um dos motores dominantes de degradação da terra e indutora das mudanças climáticas. “Mudanças no uso da terra e manejo insustentável do solo são causas humanas diretas da degradação da terra, com a agricultura sendo um setor dominante que causa a degradação”, alerta o relatório. os especialistas concluíram ser necessário transformar a maneira como o mundo produz alimentos, para conter o avanço das mudanças climáticas . Será necessário combater a agricultura industrial nociva, baseada em produtos químicos, desmatamento e emissões de gases provoca o efeito estufa, aumenta a degradação dos solos e as mudanças climáticas.
Os impactos da degradação da terra e mudanças climáticas são desiguais. A degradação da terra afeta adversamente os meios de subsistência das pessoas que dependem dos recursos naturais para subsistência, segurança alimentar e renda. Estima-se que o processo ocorre em mais de um quarto da área continental da Terra. Esses grupos sociais, incluindo mulheres e jovens, com opções de adaptação limitadas, são especialmente vulneráveis à degradação da terra e à mudança climática, cujas consequências são pobreza e insegurança alimentar. Em alguns casos, a migração dessas terras é a única alternativa.
Produção intensiva de bioenergia aumenta degradação da terra. A produção em larga escala de biomassa, para produção de bioenergia, aumenta a competição por terras, com sérias consequências à segurança alimentar e à degradação da terra. Outros fatores que aumentam a degradação da terra são a intensificação da produção de biomassa, através do uso de fertilizantes, irrigação ou monoculturas.
Redução no uso da biomassa tradicional protege os solos e o Planeta. O uso de lenha, carvão e resíduos agrícolas continua a ser fonte primária de energia para mais de um terço da população global.
Segundo o relatório do IPCC, o uso insustentável de recursos da biomassa e a degradação florestal representam cerca de 2% das emissões de gases de efeito estufa global.
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(Fonte: Letras Ambientais)
O título dessa matéria passa a ideia de que a agricultura quer destruir o mundo. Pensei que a produção agrícola era responsável por garantir nossa segurança alimentar. Ao que me parece, isso já vem acontecendo há, pelo menos, 3000 anos antes de Cristo.
A ONU é a aquela organização que nomeia o Irã para chefiar uma subcomissão para a mulher? Se não me falha a memória, o Irã é um país onde ativistas pelas mulheres são condenadas à prisão e chibatadas.
Há dois mil anos atrás havia menos de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro. Hoje são quase 8 bilhões. É claro que a intenção não é dizer que a agricultura quer destruir o mundo, mas que talvez o destrua.