Internacionalização da UFC é imperativo institucional, diz reitor Educação

quarta-feira, 26 julho 2017

A afirmação do professor Henry Campos foi proferida durante seminário na Faculdade de Medicina

“A internacionalização da Universidade Federal do Ceará é um imperativo institucional e não apenas uma possibilidade desejável”, afirmou o Reitor Henry de Holanda Campos em sua palestra na abertura do seminário Internacionalização Acadêmica da Faculdade de Medicina, realizado na tarde dessa terça-feira (25) no auditório Paulo Marcelo Marcelo, na Famed.

Admitiu o professor Henry Campos que até pouco tempo a Universidade não tinha uma política definida de internacionalização, o que se fazia necessário para dar feição de contemporaneidade à Instituição, ao lado de políticas de inovação e governança. Disse que foi criada então a Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer), com a missão de levar adiante o projeto de internacionalização no mundo acadêmico, na pesquisa, no ensino e institucional.

O professor Armênio Santos Aguiar, do Departamento de Farmacologia da Famed e organizador do seminário, abriu os trabalhos lembrando os primeiros passos dados em direção à internacionalização das atividades de pesquisa, que hoje já integram redes internacionais em sua área de estudo. Em seguida, anunciou a palestra do Prof. Henry Campos, que disse de sua satisfação ao encontrar um auditório cheio de pesquisadores e estudantes.

Apresentando a Prointer, o Reitor observou que a unidade tem estrutura simples formada pelo Pró-Reitor, Prof. José Soares Andrade Jr., e pelas Coordenadorias de Mobilidade Acadêmica, de Intercâmbio e Convênios e de Internacionalização Linguística cujos titulares são, respectivamente, os professores Konrad Christoph Utz, Cláudio Lucas Nunes de Oliveira e Massilia Maria Lira Dias.

Estímulo ao aprendizado

Estimular o aprendizado de línguas estrangeiras, criar cursos ministrados em inglês, facilitar a aprendizagem sobre outros países e culturas, bem como olhar para nosso próprio País e própria cultura estão entre as propostas da Prointer, que incluem ainda a ampliação do quadro de visitantes estrangeiros. Atualmente a UFC tem 529 convênios assinados com 37 países.

Após a exposição do Prof. Henry Campos, seguiram-se comentários dos moderadores, professores Daniel Sifrim, pesquisador visitante na Faculdade de Medicina da UFC e docente na Queen Mary University of London; Ricardo Brant, da Universidade Federal de Ribeirão Preto; Tarcísio Pequeno, presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap); e Antonio Gomes Filho, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC.

Dizendo ser ele mesmo um exemplo de internacionalização, uma vez que é argentino e trabalha em Londres e no Ceará, o Prof. Daniel Sifrim falou das pesquisas que realiza no Departamento de Farmacologia da UFC, destacando a importância da experiência de colaboração. Ele foi pesquisador do Centro de Pesquisa Gastroenterológica da Universidade de Leuven (Bélgica), onde desenvolveu pesquisa clínica e carreira acadêmica de 1994 a 2008. Também foi nomeado primeiro professor associado e depois professor titular de Medicina na Universidade de Leuven. Sua pesquisa centra-se na fisiologia e fisiopatologia da motilidade esofágica e da doença do refluxo gastroesofágico. Dedicou-se ao desenvolvimento de novas técnicas para medir a motilidade esofágica e o refluxo gastroesofágico.

“O pronunciamento do Reitor Henry Campos é uma demonstração de vigor no quesito da internacionalização”, afirmou o Prof. Ricardo Brant de Oliveira, ressaltando alguns pontos que considerou importantes, como a necessidade de flexibilidade na compatibilização do currículo e o acolhimento que a Instituição dá a estudantes africanos.

O comentário do Prof. Antonio Gomes apontou para a produção da UFC, que tem o maior percentual de citações de artigos em publicações internacionais – o percentual da UFC é de 19% e o do Brasil é de 18% –, para mostrar que não é sempre o recurso financeiro que faz valer mais. Ressaltou que é preciso colaborar mais e competir por convênios diretos e não apenas os convênios chamados guarda-chuva e reconheceu que “temos uma barreira a vencer que é o conservadorismo acadêmico”.

Diversidade

Quando aberta a palavra para o público, as intervenções ganharam temas diversificados, como a dificuldade de médicos brasileiros de participar de atividades de intercâmbio em hospitais estrangeiros, como exemplificou o Prof. Glauco Lobo, referindo-se a problemas pelos quais estão passando, atualmente, para fazer estágio na Califórnia. Os obstáculos para o intercâmbio de insumos e materiais para pesquisa; a deficiência de animais para pesquisa; o engessamento de currículos, que criam obstáculos à participação de professores visitantes que poderiam contribuir com suas experiências dando aulas na graduação, foram outras questões abordados pelos participantes.

Chamou a atenção o depoimento do Prof. Fábio Miyjima, da Universidade de Liverpool (Inglaterra), hoje professor visitante na Faculdade de Medicina, afirmando que escolheu a UFC para trabalhar, depois de avaliar o desempenho de oito universidades, por considerar a que estava mais avançada na área em que atua (Farmacologia).

Agradecendo a participação de todos, a Profª Valéria Goes, diretora da Faculdade de Medicina, encerrou o seminário ressaltando a importância do que foi discutido durante toda a tarde por acreditar que os temas servirão de motivo de reflexões.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Site desenvolvido pela Interativa Digital