Ferramenta que ajuda a combater o mosquito já está disponível para download nos sistemas Android e IOS
O aplicativo Aedes em Foco foi apresentado na Universidade Federal do Ceará (UFC) no último dia 29 para um grupo de pessoas de instituições públicas, diretamente ligadas ao trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti. A ferramenta, já disponível para download nos sistemas Android e IOS, é resultado de uma ideia do professor Ivo Castelo Branco – referência nacional em doenças tropicais – desenvolvida pelo Instituto UFC Virtual, sob a coordenação do professor Henrique Pequeno.
“Temos de envolver toda a sociedade nessa luta”, afirmou Castelo Branco, admitindo que é frustrante para ele, que trabalha há mais de 30 anos na área, constatar que a cada ano se repetem as ocorrências, os problemas.
O mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya existe também na “parte rica” e não apenas no Terceiro Mundo, observou o professor, discorrendo sobre a dificuldade de combatê-lo. O ovo do Aedes aegypti sobrevive durante um ano, e é quase impossível exterminá-lo porque “parece um sujo, uma pintinha preta”, que ao receber água se desenvolve numa rapidez que impressiona. Em dois ou três dias já é larva; de cinco a sete dias é pupa, e em mais dois ou três dias, um inseto adulto.
É necessário manter um programa de controle contínuo, agir no ciclo a cada sete dias e não a cada dois meses, como se faz normalmente, adverte Castelo Branco, lamentando que, sempre no segundo semestre de cada ano, quando diminui a incidência, “não se fala mais do mosquito, nas doenças; a imprensa esquece”.
O professor Chico Neto, coordenador adjunto de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC, professor do Curso de Publicidade e Propaganda, fez um resumo da campanha UFC e Você contra o Mosquito e apresentou as peças que serão lançadas. Para ele, o trabalho de marketing é insuficiente, sendo necessárias “ações formativas para mudança de hábitos”.
Ampliar participação
À medida que era apresentado o aplicativo e as demais ações previstas, como um jogo virtual e uma revista em quadrinhos, e os participantes se manifestavam, o reitor da UFC Henry Campos sugeriu que o aplicativo fosse lançado em um evento ampliado com a participação do Governo do Estado e da Prefeitura.
Dependendo ainda de confirmação, o lançamento seria no dia 24 de abril em reunião da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), que estava representada na reunião de ontem pelo vice-presidente, o prefeito de Cedro, médico Francisco Nilson Alves Diniz. Para aprofundar detalhes, a professora Márcia Machado, Pró-Reitora de Extensão da UFC, sugeriu uma nova reunião para o dia 11 de abril.
Brigadas
O aplicativo, gratuito, segue a filosofia do engajamento, da criação de “brigadas” – em condomínios, fábricas, escolas, universidades –, em que a população possui papel crucial. Os usuários poderão, por exemplo, mapear possíveis focos em sua residência ou vizinhança e receber informações sobre como proceder ao longo do ciclo de vida do mosquito. O aplicativo também permite a comunicação automática com o poder público, que poderá tomar providências de forma mais ágil. A ferramenta, além das brigadas, disponibiliza notícias, denúncia, perfil, postagem atendimento e mapa de ocorrências.
“Disseminar o máximo possível a ferramenta, engajar os órgãos públicos das esferas estadual e municipal é de suma importância”, afirmou o reitor professor Henry Campos, que se propôs a convidar os titulares de secretarias como das Cidades, da Saúde e da Educação para formar uma ampla parceria.
No encontro também estavam presentes representantes das secretarias estaduais da Saúde, da Educação e das Cidades, do Unicef e da equipe do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue.
O aplicativo já disponível no site da UFC.
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