Importantes acervos científicos e históricos receberão serviços de preservação e restauração.
Divulgado na última semana, o edital de apoio à Recuperação e Preservação de Acervos – 2024 destinará 21% dos quase R$ 500 milhões a 50 projetos de instituições localizadas no Nordeste. Os recursos, oriundos do Governo Federal por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), apoiarão projetos de infraestrutura e serviços de preservação e restauração de acervos científicos, tecnológicos, históricos e culturais em 17 instituições de oito estados da região – com exceção do Maranhão, que não foi contemplado. No total, essas instituições receberão R$ 107 milhões.
Dos oito estados, os que receberão os maiores volumes de recursos são Pernambuco (R$ 26 milhões), Bahia (R$ 21 milhões) e Rio Grande do Norte (R$ 20 milhões).
Entre os projetos contemplados com os maiores valores estão os da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj-PE). Os quatro projetos mais bem classificados foram: “Preservação, divulgação e restauração do acervo histórico e cultural do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi-UFAL)”, “Megafauna Marinha da UERN”, “Infraestrutura para a preservação e divulgação do acervo científico das coleções biológicas da UFPB” e “Preservação, divulgação, pesquisa e restauração dos acervos históricos e culturais da Coordenação Geral de Estudos da História Brasileira (Cehibra-Fundaj)”.
A UERN receberá o maior valor destinado a um único projeto na linha de financiamento para acervos científicos e tecnológicos. A universidade investirá pouco mais de R$ 6,3 milhões na Coleção Científica de Megafauna Marinha.
Segundo a instituição, os recursos serão aplicados em ações de proteção, disseminação e acesso às coleções científicas, incluindo digitalização e criação de acervos digitais, além do desenvolvimento de aplicativos e softwares para garantir a integridade e informatização do material.
“Está prevista ainda a adequação dos espaços do acervo de megafauna marinha e de preparação de amostras do laboratório, além da aquisição de materiais e equipamentos, incremento das técnicas de análise e pesquisas e da infraestrutura”, descreve a notícia publicada no site da universidade. Outro projeto aprovado na UERN, com R$ 1,6 milhão, prevê a preservação de acervos históricos e culturais. A UERN publicou que vai catalogar e digitalizar diversos acervos, incluindo a Coleção Mossoroense, que corresponde à maior coleção temática do Brasil, com cerca de 4.500 títulos, cujos assuntos tratam de várias áreas do conhecimento, desde paleontologia e geografia à poesia potiguar.
Com oito projetos aprovados, sendo três na linha de acervos científicos e cinco na de acervos históricos, a UFRN receberá R$ 12,4 milhões, atrás apenas das universidades federais do PI e de Pernambuco (UFPE).
De acordo com Silvana Zucolotto, pró-reitora de Pesquisa, o recurso impactará na expansão e modernização de unidades importantes para a instituição como o Repositório Institucional, Acervo do Departamento de Geologia, Obras Raras da Biblioteca Central, Editora da UFRN, Núcleo Temático da Seca e do Semiárido e Núcleo de Arte e Cultura (NAC), Arquivo Geral da UFRN, Acervo Histórico do CERES e o Museu Câmara Cascudo. “O subprojeto do Museu Câmara Cascudo representa uma unidade de significativa relevância para a cultura, o ensino e a pesquisa do Rio Grande do Norte”, destacou a pró-reitora no portal da Instituição.
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) será a instituição nordestina a receber o maior volume de recursos: R$ 13 milhões. Os sete projetos aprovados beneficiarão acervos e espaços nos campi de Teresina, Picos e Floriano.
No site da instituição, Rodrigo Veras, pró-reitor de Pesquisa e Inovação, comemorou a conquista. “Esse financiamento contribuirá para superar alguns desafios de modernização e conservação de acervos, viabilizando a aquisição de equipamentos modernos, a implementação de medidas de segurança e a adoção de tecnologias inovadoras”, explica.
A Universidade Federal do Ceará (UFC) receberá R$ 11,4 milhões para conservação, digitalização e democratização de acervos culturais e científicos. A instituição foi a única contemplada no estado pelo edital.
A restauração do Museu de Arte da UFC, a Casa Amarela Eusélio Oliveira e o Instituto de Cultura e Arte está na lista de projetos aprovados na linha de acervos culturais
Já na linha de financiamento destinada a acervos científicos, quatro projetos obtiveram a aprovação. Os museus de Geologia, Solos, Paleontologia e Mineralogia da UFC passarão por requalificação; os acervos do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR); o projeto Potencializando as Coleções Científicas da UFC na Preservação da Biodiversidade do Semiárido Nordestino; e o projeto Seara da Ciência fará a modernização de seu acervo e ações de popularização da ciência nas escolas.
Segundo Luiz Gonzaga Lopes, pró-reitor-adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação, as melhorias ampliarão o acesso da comunidade acadêmica e da sociedade ao patrimônio cultural e científico da UFC.
“Serão realizadas várias ações, como aquisição de novos equipamentos, incluindo um veículo para o projeto Seara da Ciência realizar exposições itinerantes em escolas de todo o estado do Ceará, digitalização de coleções, entre outras”, detalha.
Com dotação inicial de R$ 250 milhões, o edital recebeu suplementação de igual valor em novembro de 2024, totalizando R$ 496 milhões e permitindo a aprovação de 209 subprojetos de 88 instituições. O Resultado está publicado no portal da Finep.
Conheça os projetos aprovados na Região Nordeste.
Mônica Costa
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