Física no mundo dos quadrinhos Geral

terça-feira, 12 julho 2016

Pequenas estórias são publicadas quinzenalmente na internet, explicando de maneira simples e divertida conceitos da disciplina

Ensinar Física de forma divertida através de webtiras. Essa foi a ideia que o professor André Oliveira Silva Jarske, do Colégio de Aplicação (Codap), ligado à Universidade Federal de Sergipe (UFS), colocou em prática. As estórias em quadrinhos na internet explicam conceitos dessa disciplina, tão temida por alguns estudantes.

O projeto intitulado “Divulgação e alfabetização científica através de webtiras”, que tem a coorientação do professor Nemésio Augusto Alvares Silva, também do Codap, consiste em pequenas estórias publicadas quinzenalmente com o intuito explicar de maneira simples e divertida conceitos de física destinados aos estudantes dos ensinos médio e fundamental. As tiras giram em torno das dúvidas do garoto de cinco anos, Guga, que são respondidas por seu macaquinho de pelúcia, Buba, sempre surpreendendo com suas explicações profundas para uma criança da idade do menino.

André, que também é responsável pelos desenhos, conta que a proposta surgiu da percepção da dificuldade que muitos estudantes têm para absorver conteúdos científicos. “Foi uma forma de tentar unir algo que já vem sendo trabalhado em outras universidades, não só no Brasil, mas principalmente na Europa, e tentar juntar essa ideia de tira com ciência”.

Apesar de a definição ser ampla, alfabetização científica pode ser entendida como o processo de inclusão – por meio do ensino de conceitos científicos – aliando teoria e prática para que o interessado em aprender possa ter ao menos uma básica noção do mundo das ciências e assim tenha ferramentas para discutir e entender melhor o que acontece a sua volta.

Já a divulgação científica pode ser entendida como a própria difusão das pesquisas ou seus resultados tanto para membros do corpo científico como para a população em geral. Neste último caso, valendo-se de uma linguagem um pouco mais “popular” para que possa alcançar o público não especializado na área.

O professor conta com a participação dos alunos do ensino médio do Codap, Mateus Cruz de Oliveira, 16 anos, e Paula Érica Soares de Moura, 15, bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr) da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE).

Mateus, que sempre gostou de física, é o responsável por cuidar da página na internet e ajudar na edição das tiras. Ele explica que sempre acontecem debates e reuniões em que ficam definidas as responsabilidades de cada um no projeto.

Já Paula Érica, além de aplicar questionários – com seu colega– para avaliar o retorno das webtiras junto aos demais estudantes do seu colégio, também cuida das pesquisas sobre os conceitos tratados nos quadrinhos. Ela contou que as pesquisas já chegaram a ajudá-la em uma olimpíada de física.

“Tinham duas questões que eram relacionadas [com as tiras] que no caso foram sobre a refração de luz e a outra foi sobre a propagação do som no vácuo e foi bem interessante, porque eu tinha estudado para as questões por causa do projeto”, explica a estudante.

Próximos passos

O próximo passo do professor André é levar o projeto para a sala de aula. “A gente está construindo a ideia com os alunos do Pibic Jr de começar a catalogar essas tiras para que elas possam ser usadas em sala de aula, avaliações e até para ensino a distância”.

Outra proposta do professor é lançar um livro com todas as tiras publicadas no site, adicionando textos explicativos que abordarão temas de ciência e tecnologia como forma de ampliar os conceitos científicos tratados nas próprias webtiras. E não para por aí, pois ele pensa em expandir o projeto com outras estórias em quadrinhos voltadas para a ciência.

“A questão é tempo mesmo para fazer tanta coisa. Ter essas estórias até um pouco mais adultas que tragam conceitos científicos corretos porque vemos muitas ficções científicas que não estão aplicando corretamente conceitos da física ou de qualquer outra ciência”, afirma o professor.

Visite o site do projeto com todos os quadrinhos

 

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