Federal do Semiárido/RN e da Bahia se manifestaram sobre a fusão das pastas de Comunicações e Ciência e Tecnologia
As fusões de ministérios promovidas pelo Governo Interino de Michel Temer continuam a ser discutidas nas universidades brasileiras, que foram atingidas, a princípio, em dois casos: na junção do Ministério da Educação (MEC) com o Ministério da Cultura (MinC) e na extinção do MCTI.
Atentas aos acontecimentos, as instituições do nordeste também estão se posicionando sobre o assunto. Presente a reunião de reitores das universidades públicas do RN, realizada no di a10/6, José de Arimatea Matos, reitor da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) falou com exclusividade ao Nossa Ciência.
Para Matos, na reversão da fusão do MEC com o MinC houve uma pressão maior da classe artística e cultural. Já no caso da junção do MCTI com o Ministério das Comunicações, ele avalia que por serem áreas bem distintas, perde a ciência do país.
“Acho que essa fusão é uma perda muito grande para a ciência brasileira como um todo, mas as discussões ainda estão abertas, vamos ver se esse governo interino vai manter essa fusão ou não, como foi com os ministérios da Educação e da Cultura. Se a fusão for mantida isso vai provar mais uma vez que a ciência, a tecnologia e a educação não tem poder nesse governo”, opinou.
Federal da Bahia
Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a comunidade científica local se reuniu no dia 7/6 para analisar os impactos da medida e os possíveis efeitos negativos para o desenvolvimento das ciências no Brasil e a realização de pesquisas na universidade. Pesquisadores, professores e estudantes da federal baiana, de forma unânime, se colocaram contra a integração das pastas, que foi formulada pelo atual Governo Interino.
O Reitor João Calos Salles reforçou o posicionamento da Reitoria da UFBA em relação à dissolução do MCTI (veja nota) e destacou que a discussão é importante porque “além de atingir pesquisadores docentes e estudantes, o que está em jogo é um projeto simbólico de como a sociedade brasileira pretende lidar com as ciências e com as universidades”.
No encontro os participantes classificaram a extinção do MCTI como um equívoco para o avanço do conhecimento e apelaram para a necessidade dos pesquisadores promoverem ações para conscientizar a sociedade sobre a importância do MCTI e clamar pelo seu restabelecimento.
Medida equivocada
A presidente da APUB, professora Cláudia Miranda, enfatizou que o fim do MCTI “afeta frontalmente a situação dos professores e estudantes pesquisadores e leva à fragilização da pesquisa na universidade, por isso, é preciso barrar esse projeto de retrocesso”. A ex-reitora Dora Leal Rosa vê a situação como altamente comprometedora, já que as condições devem ficar muito mais complexas para a obtenção de equipamentos e condições para a realização dos projetos de pesquisa. Além de classificar como uma medida equivocada, Dora leal também entende como um ato precipitado, pois em sua visão, “o Governo Interino não deveria realizar mudanças estruturais que impactem por décadas no desenvolvimento do país”.
Estiveram presentes à reunião o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia e Professor da UFBA, Manoel Mendonça Neto; Professor da UFBA, Diretor da Fiocruz na Bahia e Ex-Diretor do CNPq, Manoel Barral Netto; professor do Instituto Federal da Bahia e Ex-Diretor da FINEP, Elias Ramos de Souza; ex-reitora da UFBA, professora Dora Leal Rosa e o Professor da UFBA e Presidente da Academia de Ciências da Bahia, Edivaldo Boaventura.
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