A planta é uma espécie-chave do ecossistema do Semiárido Brasileiro.
Trabalhando intensivamente com os ecossistemas do Cariri paraibano, a professora Alecksandra Vieira de Lacerda (foto), do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus de Sumé, identificou o comprometimento do juazeiro por fitófagos (animais que se alimentam de vegetais). Ainda que esteja na lista das ameaçadas, a planta é uma das espécies mais importantes e bem distribuídas na região do Semiárido brasileiro.
De acordo com a professora, o juazeiro (nome científico: Ziziphus joazeiro Mart.) se mostra relevante para o desenvolvimento regional nas escalas sociais, ecológicas e econômicas, mas, vem sendo atacado por fitófagos, denotando um claro desequilíbrio nas relações planta-animal.
Lacerda coordena o Laboratório de Ecologia e Botânica do CDSA e lidera o Grupo de Pesquisa em Conservação Ecossistêmica e Recuperação de Áreas Degradadas. Com sua equipe executou um rastreamento considerando a população do juazeiro no Cariri paraibano. Foram coletadas várias amostras para análise e identificação das causas e consequências desse ataque. “Os valores de frequência foram surpreendentes indicando uma forte preocupação com esta espécie-chave dos sistemas ecológicos do Semiárido”, disse.
“Estamos apreensivos com os fatores que estão ocasionando desequilíbrio nos ecossistemas, os quais estão atingindo e podendo levar a redução da biodiversidade e das respectivas escalas de produção econômica dependentes dos recursos biológicos”, reflete Alecksandra Lacerda.
Pessoas naturais da região e que foram entrevistadas pelo Grupo de Pesquisa alertam também que nunca tinham visto isto acontecer com o juazeiro, o que aumenta ainda mais o nível do desequilíbrio que está ocorrendo no cenário atual, segundo a professora. “As análises estão em andamento e os apontamentos preocupam e direcionam para a relevância de se assumir um compromisso dos atores sociais com a biodiversidade regional, garantindo fatores de conservação para se ter um desenvolvimento pautado nos princípios da sustentabilidade. Portanto, vamos todos numa ação coletiva proteger a nossa riqueza biológica. Garantir a existência do juazeiro se faz necessário”, finalizou
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