O projeto VibEye, criado para facilitar a caminhada de pessoas com deficiência visual, disputa a final da Imagine Cup
Um aplicativo móvel para facilitar a marcha e autonomia de pessoas com deficiência visual. O VibEye é um pequeno sistema que pode ser acoplado a óculos ou bonés, que detecta obstáculos suspensos e avisa ao deficiente visual, através de uma pulseira vibratória, o momento de parar. Com esse projeto uma equipe da Universidade Federal do Ceará (UFC) foi selecionada como finalista da edição brasileira da 15ª Imagine Cup, conhecida como a Copa do Mundo de Tecnologia. O evento é promovido pela Microsoft e tem como objetivo estimular o espírito empreendedor de estudantes do mundo inteiro.
O projeto VibEye, da UFC, foi um dos 199 projetos inscritos, de diversas universidades públicas e privadas de todo o País, em áreas como as de aplicativos, jogos, dispositivos inteligentes e redes sociais. O projeto da UFC disputará a final com outros 14 finalistas de 15 a 18 de maio, em Fortaleza.
O júri avaliará aspectos como inovação, uso de tecnologias e modelo de negócio proposto, bem como a realização de testes a partir dos protótipos. Os dois melhores projetos vão disputar a final mundial em Seattle (Estados Unidos), concorrendo a US$ 100 mil e à chance de receberem o apoio da gigante mundial na implantação do projeto.
A equipe que desenvolveu o VibEye é composta pelos alunos Samuel Lima (Engenharia Elétrica), Múrcio Filho (Engenharia de Computação) e o recém-graduado Felipe Feitosa Soares (Engenharia de Computação). A equipe tem como mentor o Prof. Danielo G. Gomes (Departamento de Engenharia de Teleinformática) e conta com o apoio dos colaboradores Marcondes Alexandre, servidor técnico-administrativo do UFC Virtual, e Michelle Cacais, aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Teleinformática.
Protótipo
O projeto consiste em um dispositivo vestível em conjunto com um aplicativo móvel para facilitar a marcha e autonomia de pessoas com deficiência visual. Com base no princípio do biossonar, o VibEye detecta obstáculos a meia altura, que normalmente passam despercebidos pelas tradicionais bengalas. A partir de um pequeno sistema que pode ser acoplado a óculos ou bonés, o VibEye detecta obstáculos suspensos e avisa ao deficiente visual, através de uma pulseira vibratória, o momento de parar.
Além da pulseira vibratória, o sistema embarcado conecta-se a um dispositivo móvel (smartphone), via bluetooth, para oferecer serviços por GPS, como rotas e informações sobre o caminho mais livre de obstáculos. O aplicativo móvel disponibiliza um botão de pânico para contactar os familiares, informando a necessidade de ajuda e indicando a localização geográfica da pessoa.
O protótipo já foi testado e validado no Instituto dos Cegos do Ceará. Atualmente está em fase de testes, inclusive com alunos deficientes visuais da própria UFC. Segundo Samuel Lima, a equipe está conversando com clínicas de Fortaleza para ampliar o número de participantes desses testes.
O projeto foi construído nativamente, podendo ser escalável e se ajustar à demanda. “O VibEye é uma proposta de sensoriamento vestível no contexto de Internet das Coisas (IoT). Utiliza-se do Microsoft Azure, que, por sua vez, provê uma série de recursos e funcionalidades de computação em nuvem. O resultado é uma solução versátil e eficiente, visando a acessibilidade e autonomia para portadores de deficiência visual”, explica o Prof. Danielo.
Diversos atores foram importantes para a execução do projeto. Na modelagem de negócio, houve apoio do Centro de Empreendedorismo (Cemp) da UFC. Já na prototipagem, o FabLab Fortaleza confeccionou a case, e o Laboratório de Engenharia de Sistemas de Computação (LESC) confeccionou a placa de circuito impresso (PCB, na sigla em inglês). A iniciativa contou ainda com diversos outros colaboradores e voluntários do Instituto dos Cegos.
Mais informações podem ser obtidas na página do projeto no Facebook.
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