ELSA-Brasil investiga impacto da Covid-19 sobre a saúde de servidores Saúde

sexta-feira, 24 julho 2020

Cerca de 1.800 servidores da UFBA integram a pesquisa que engloba seis capitais brasileiras

O Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) iniciou uma nova pesquisa complementar para avaliar o impacto da Covid-19 sobre a saúde de 15 mil servidores públicos, residentes em seis capitais brasileiras. Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), são cerca de 1.800 servidores que integram o estudo desde 2008. A proposta é comparar aspectos da saúde dos participantes antes, durante e após a pandemia.

Nesta primeira fase, os servidores já começaram a receber uma carta-convite com instruções sobre os questionários a serem respondidos remotamente. As entrevistas têm foco no comportamento dos participantes desde o início da pandemia, como hábitos alimentares, práticas de atividades físicas, além da investigação dos níveis de exposição à Covid-19.

“O objetivo é avaliar, a curto e longo prazos, a relação entre as medidas de distanciamento social e os fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis e saúde mental, assim como os impactos da Covid-19 nas esferas socioeconômica e familiar”, explica a pesquisadora Maria da Conceição Almeida, vice-coordenadora do estudo na UFBA.

A próxima fase da pesquisa também prevê a realização de testes rápidos para a Covid-19 e testes sorológicos para outras infecções comuns no país, como dengue, zika e chikungunya. Com isso, pretende-se estudar a relação entre a pandemia, as doenças transmissíveis com surtos recentes no Brasil, e as doenças crônicas não transmissíveis, particularmente as doenças cardiovasculares, o diabetes e os transtornos mentais.

“Existem evidências científicas de que a Covid-19, bem como as medidas de distanciamento social adotadas, podem afetar a ocorrência e o prognóstico dessas doenças crônicas não transmissíveis”, alerta a pesquisadora. No entanto, ela destaca que as testagens da nova pesquisa só deverão ser iniciadas quando as medidas de distanciamento social não estiverem mais vigentes, de modo a garantir a segurança dos participantes.

A equipe responsável pela coleta e tratamento das informações é composta por professores e pesquisadores de diversas áreas como enfermagem, fisioterapia, medicina, educação física, nutrição e estatística, além de alunos de pós-graduação, de iniciação científica e bolsistas de pesquisa.

O estudo ELSA-Brasil é coordenado na Bahia pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA e desenvolvido, simultaneamente, em outras cinco instituições: UFMG, UFES, UFRGS, USP e Fiocruz-RJ. “Já realizamos três ondas do estudo e temos, portanto, informações anteriores importantes sobre a saúde geral dos participantes, que podem ser comparadas agora com a situação durante e pós-pandemia”, conclui a pesquisadora.

Desde 2008, quando o estudo foi iniciado, 310 artigos científicos já foram publicados com base nas investigações do ELSA-Brasil e o conhecimento produzido tem orientado políticas públicas de prevenção e enfrentamento das doenças crônicas investigadas.

A pesquisa atual é direcionada aos servidores já acompanhados pelo estudo, que devem aguardar o contato da equipe do ELSA-Brasil. Qualquer dúvida também pode ser esclarecida através do e-mail elsachama@ufba.br ou pelos telefones (71) 3283-7493/3283-7494.

Fonte: Boletim Edgar Digital/UFBA

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