Pesquisa mostra que comunicação alternativa é eficaz como ferramenta de inclusão de crianças com deficiência
A comunicação alternativa vem se consolidando como ferramenta de inclusão e desenvolvimento de crianças com deficiência intelectual (DI). A constatação foi obtida na dissertação de mestrado “Contribuições do uso da Comunicação Alternativa para crianças com deficiência intelectual na Educação Infantil”, defendida por Adelyn Barbosa de Aquino, no Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEdu/UFPE), sob orientação da professora Tícia Cassiany Ferro Cavalcante.
Para o estudo, Adelyn promoveu sessões de intervenção com auxílio das professoras, a partir da interações com uso de recursos de comunicação alternativa entre a pesquisadora e a criança, por meio de atividades de linguagem oral típicas da Educação Infantil, como contação de histórias, músicas, conversas, entre outras. A realização das atividades era sempre mediada pela comunicação alternativa, que foi apresentada para as crianças de diferentes formas, instrumentalizadas com ilustrações, cartões com cenas visuais compostas, sequência de imagens, cartões com figuras e pictogramas (PCS) e, como suporte, foram utilizadas pranchas feitas com material simples de baixo custo e um aplicativo de comunicação alternativa instalado em tablet, o aBoard.
Resultados
Como resultado, evidenciou-se que o uso dos recursos de comunicação alternativa, como pictogramas, contribuiu significativamente para a comunicação das crianças. “No caso das pessoas com deficiência intelectual, em que os prejuízos cognitivos, dentre outros fatores, afetam o desenvolvimento da capacidade expressiva, principalmente a linguagem oral, a Comunicação Alternativa se apresenta como um recurso adequado para a acessibilidade, já que a pessoa com DI pode utilizar os recursos para se expressar a partir da linguagem gestual”, explica Adelyn Barbosa.
Segundo a pesquisa, a educação inclusiva, que propõe um novo olhar para a criança/aluno com deficiência, visa práticas pedagógicas que atendam a todas as crianças em suas singularidades de aprendizagem, possibilitando o desenvolvimento integral de todos. E, para a autora da dissertação, “a comunicação alternativa aparece como uma possibilidade de educação inclusiva, permitindo que o aluno com DI possa participar de forma mais efetiva do processo de aprendizado”.
Metodologia
Para obter os resultados, a pesquisadora optou por uma metodologia quanti-qualitativa, a fim de compreender de forma ampla os fenômenos ocorridos. A pesquisa teve a participação de duas crianças com deficiência intelectual com impedimentos comunicativos, estudantes de escolas públicas da cidade de Igarassu. Também foram feitas, como instrumentos de coleta de dados, entrevistas com os professores e pais das crianças, observações da sala de aula, e sessões de intervenção com uso de CAA.
Veja a dissertação na íntegra.
Fonte: Ascom da UFPE
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