No Artigo, o presidente Fábio Guedes Gomes e o diretor executivo de Ciência e Tecnologia João Vicente Lima, da Fapeal, traçam um panorama da CT&I no estado de Alagoas
Os desafios ao desenvolvimento alagoano são de grande complexidade e demandam a concepção de políticas públicas que incorporem o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), tornando-o também um valioso instrumento para enfrentar os problemas ligados à melhoria da qualidade de vida do alagoano e a diversificação do sistema produtivo.
Quatro são os grandes desafios no campo da CT&I em Alagoas: 1. Apoiar as condições de atração de novos pesquisadores e sua fixação, principalmente com atividades no interior; 2. Apoiar a criação e sedimentação dos programas de pós-graduação stricto sensu, grupos e centros de pesquisas, ampliando a capacidade de produção de conhecimento em nível avançado; 3. Investir em formas complementares de interação entre setores governamentais e o sistema de pesquisa e produção de conhecimento; 4. Investir em programas que induzam a inovação tecnológica, com a participação – e também atendendo as necessidades – dos segmentos produtivos, contando com as capacidades do ecossistema de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do estado.
Alagoas possui, atualmente, 37 cursos de pós-graduação acadêmico-científicos, sendo 15 doutorados e 37 mestrados. Cerca de 1.600 alunos mestrandos e 550 doutorandos. São aproximadamente 1.400 pesquisadores-doutores e 442 grupos de pesquisas cadastrados no CNPq. Em 2000, tínhamos 5 doutores por 100 mil habitantes. Em 2015, são 41, um pouco abaixo da média nordestina (47 doutores/100 mil habitantes). Funcionam, plenamente, 12 mestrados profissionais no estado. Ainda, estima-se que mais de 100 empreendedores são envolvidos, diretamente, com a produção de tecnologias de informação e comunicação (TI).
Para avançarmos na inovação tecnológica e social em Alagoas, precisamos de um ambiente apropriado de interação de uma parcela majoritária dessa estrutura de CT&I com os entes governamentais e segmentos produtivos, onde os seus protagonistas exerçam a capacidade de cooperação institucional, e os órgãos de controle compreendam, com base no novo Código de CT&I do país, que essa prática eleva-se como um dos alicerces do desenvolvimento econômico dos países mais avançados, industrialmente e socialmente.
À política governamental pesa, dentre várias atribuições nesse campo, a responsabilidade de possibilitar as condições básicas de fomento à expansão da criatividade de jovens talentos e avanços nas pesquisas, principalmente básicas. A interação entre os setores produtivos e o sistema de pesquisa e produção de conhecimento, deve estimular o avanço das pesquisas aplicadas. Ao governo, nesse último aspecto, cabe a função de (i) facilitador e gerador de bons estímulos para a obtenção do máximo de cooperação entre os atores privados e públicos, e (ii) criar as condições institucionais adequadas para o ambiente de negócios de base tecnológica prosperar continuamente.
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