Posição de apoio ou critica ao Governo federal gerou discussão na SBPC
A posição da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em relação ao governo federal foi o ponto central de uma grande discussão durante a Reunião Anual da entidade em Porto Seguro-BA, com acusações de machismo, grosseria e destemperança de parte a parte.
Para o professor do Departamento de Química da Universidade Federal de Pernambuco, Antônio Pavão, a SBPC deveria ter uma postura mais independente e crítica em relação ao governo federal. “A SBPC deve explicitar toda a sua pauta de reinvindicações para o governo, para a comunidade cientifica e para toda a sociedade, mas ser coerente com essas reinvindicações e não ficar negociando migalhas ou aspectos que esse governo não vai atender”, declarou o professor que tem longa trajetória em lutas sociais.
Fortalecer a Ciência
“A SBPC é uma instituição científica e deve ter uma atuação em defesa da Ciência, Tecnologia e Inovação e isso nós temos feito com muito empenho”, responde a professora Vanderlan Bolzani, do Instituto de Química de Araraquara, da Unesp e vice-presidente da SBPC. Para a professora, será mais produtivo para a comunidade científica, o fortalecimento da Educação, da Ciência e da Tecnologia e para isso, se faz necessário negociar com o governo, garante.
Pavão qualifica como afronta a reunião da diretoria da SBPC com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações do governo interno, Gilberto Kassab. “Eles não tem como responder a questão desse apoio velado ao golpe e da afronta que a SBPC fez de ter se reunido com o ministro golpista, tendo ilusões de que ele pode oferecer alguma coisa boa para nós.”
Desqualificar o debate
À crítica de ter se portado de maneira machista, antidemocrática e deselegante com a presidente da SBPC, Helena Nader, ele respondeu que é uma tentativa de desqualificar sua intervenção, que não tem nada de pessoal. Para ele, é oportunismo caracterizar sua posição como questão pessoal e embora julgue que houve destempero da presidente, ressalta que suas críticas são para a diretoria da SBPC.
Bolzani argumenta que são necessárias modificações no Marco Legal da CTI e que a negociação com o Minisitério vai garantir as conquistas importantes para a comunidade. Ela lembra que a luta e atuação nas comissões no Senado e na Câmara para alteração nas leis que incidem sobre a atividade cientifica é o que vai mudar efetivamente o país.
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