Começa a Campus Party Natal Geral

quinta-feira, 12 abril 2018
Foto: Luana França

Evento espera receber mais de 40 mil visitantes até o dia 15 de abril

A Campus Party Natal abriu as portas nesta quarta (11) e coloca a cidade no patamar de capital nacional da tecnologia até o próximo domingo. O evento acontece pela primeira vez no Rio Grande do Norte e espera mais de 40 mil visitantes e 2 mil campuseiros, participantes que ficam acampados durante os quatro dias de programação. O Nossa Ciência esteve nas horas iniciais do evento e mostra um pouco o que o público pode encontrar no Centro de Convenções.

Francesco Farrugia (em pé) e Tonico Novaes, diretor geral da CP (sentado). Foto: Luana França

Na solenidade de abertura, o presidente do Instituto Campus Party, Francesco Farrugia destacou o papel da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como incentivadora da candidatura de Natal para sediar o evento e agradeceu o empenho da UFRN e do Governo do Estado em colocá-lo no calendário da cidade.

Com ingressos esgotados, é possível visitar gratuitamente a CP Jerimum através do espaço “Open Campus”, aberto das 10h às 20h entre os dias 12 e 14 de abril. A edição aeroespacial, ganhou o tema em função do Centro de Lançamento Barreira do Inferno no estado. Dentre as atividades, estão mais de 250 palestras, com destaque para a presença do astronauta Marcos Pontes e Rosaly Lopes, brasileira que analisa os dados da Missão Cassini e atual editora-chefe da revista Icarus, ocupando o cargo que já foi do astrofísico Carl Sagan. Além disso, conta com lançamento de foguete, corrida de ciborgue, maratonas hackers (as hackathons) corrida de drones, oficinas e demonstrações de robótica.

Visita à CP aconteceu na manhã desta quarta (Foto: Luana França)

 

Conexão

O espaço Educação para o futuro está no “Open campus”. (Foto: Luana França)

Um aspecto curioso para os que participaram da abertura da Campus Party foi a ausência de rede Wi-Fi disponível para visitantes. A conexão em alta velocidade é um dos pontos fortes do evento e muitos quiseram usufuir para atestar a fama. O motivo da falta, segundo os organizadores, seria a manutenção da qualidade e velocidade da internet, equivalente a 20 Gbps, que não podem ser garantidos em redes sem fio. Portanto, é possível de ser usada por cabeamento para quem levar seu computador ao evento. A responsável pela instalação da rede em cabos de fibra ótica é atualmente a empresa baiana Use Telecom, nas outras edições da CP Brasil, o serviço era ofertado por companhias europeias, comenta Faruggia.

Chegada dos campuseiros. (Foto: Luana França)

 

Potencial nordestino

Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party (Foto: Luana França)

A Campus Party já esteve em Recife, neste ano acontece em Natal e Salvador a recebe no mês de maio. Para o diretor geral da feira, Tonico Novaes, a expectativa para os próximos dias é alta e ressalta que os ingressos estão esgotados desde a segunda-feira e considera a CP mais que um evento, é uma experiência em tecnologia.

“Estamos recebendo as startups e conectando com diversos investidores, as incubadoras, e muitos que podem dar uma boa diretriz no mercado de trabalho, tem a Campus Future, que a gente traz projetos de inovação, facilitando para dar uma notoriedade grande a esses projetos, tem a parte de educação do futuro, em que  as crianças podem montar um robô e levar para casa”, afirma, e defende que a sociedade potiguar receberá um legado de educação, empreendedorismo e de robótica. Dentre as perspectivas, está a construção de um laboratório-piloto, o Include, uma iniciativa do Instituto Campus Party em levar projetos para comunidades de baixa renda, no qual se espera que o RN já tenha um antes da edição 2019 do evento.

Área de camping (Foto: Luana França)

 

Novaes ressalta que a ideia de um Nordeste como lugar do atraso ficou para trás e enxerga na região um grande potencial, citando o exemplo das energias renováveis e do Rio Grande do Norte com suas usinas eólicas. E afirma “eu vejo o Nordeste como um local que está entendendo esse novo momento do mercado, sabendo estudar e se adaptar a ele. Acredito que o Nordeste está num bom caminho”.

Palco das palestras. (Foto: Luana França)

Questionado se a pequena industrialização no estado seria um empecilho para a inovação, pontua “indústria já é coisa do passado. O mundo mudou, estamos passando pela 4ª revolução, e não é a revolução industrial é a revolução da tecnologia. O que devemos incentivar é que mais startups sejam abertas aqui em Natal e no Rio Grande do Norte e não que mais indústrias venham pra cá. Esse negócio de indústria e linha de montagem não é o futuro do trabalho, o futuro do trabalho é a digitalização, a economia compartilhada, é a economia da tecnologia, do software, dos aplicativos. Por que não Natal ser um polo no Brasil de startups, empresa criativa, de economia de tecnologia?” Indaga.

 

As garotas também estão presentes. (Foto: Luana França)

Campuseiros

Victor Hugo (esquerda) e José Eduardo (direita), estudam TI no IMD-UFRN. (Foto: Luana França)

Victor Hugo e José Eduardo são jovens e estudam Tecnologia da Informação no Instituto Metrópole Digital da UFRN. Os dois nunca participaram da Campus Party. Victor conta que ficou empolgado ao saber que Natal receberia um evento de tamanha importância no cenário da tecnologia: “eu espero adquirir muito conhecimento nessa área, principalmente com as palestras”, comenta. José Eduardo diz que está no 3° período do curso e veio mais com o objetivo de aprender e conhecer novas pessoas: “minha perspectiva é de trabalhar fora, fazer intercâmbio, mas dependendo das oportunidades que aparecerem na cidade, porque atualmente já tem a ideia de fazer um parque tecnológico aqui por perto, se isso se consolidar, acredito que será uma área boa para trabalhar aqui”.

Grupo de Quixadá (CE) veio em busca de conhecimentos e atrações turísticas. (Foto: Luana França)

O grupo de estudantes da Universidade Federal do Ceará veio de Quixadá até Natal, em busca de conhecimento e também de praias. “optamos por alugar uma casa fora da campus, para ter oportunidade de conhecer o local. A gente pretende passear bastante, acho que ficamos fora de estereótipo do nerd que fica no ar condicionado”, comenta Robson Soares, do  7° período do curso de Ciências da Computação. Para ele o motivo da viagem é o conhecimento, as palestras, workshops e as oportunidades de saber novos empreendimentos e projetos dos colegas da área, e acrescenta “eu acho que esses eventos são de grande importância no Nordeste, vejo como um local fora de foco dessa área então esses eventos conseguem trazer empresa, comércio, trazer a indústria da tecnologia pra cá”.

Letreiro principal. (Foto: Luana França)

 

Luana França

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