“Ciência é a luz no fim do túnel” Geral

quinta-feira, 14 setembro 2017

Conheçam o doutor em Bioquímica de Plantas, Thiago Jucá, o mais novo colunista do Nossa Ciência

O interesse pela divulgação da ciência foi o motivo que uniu o doutor em Bioquímica de Plantas Thiago Lustosa Jucá e o portal Nossa Ciência. Após ter alguns textos publicados como artigos no Nossa Ciência, o funcionário de uma empresa estatal de petróleo, de 33 anos, foi convidado e aceitou produzir textos regularmente para uma coluna semanal. Leia a entrevista e conheça o autor da Coluna do Jucá.

Nossa Ciência: Qual foi sua formação acadêmica?

Thiago Jucá: Iniciei minha formação realizando o curso de Técnico em Química Industrial na Escola Técnica Federal do Ceará (atual Instituto Federal do Ceará). Logo em seguida, ingressei no curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Ceará, onde fiz a Licenciatura e o Bacharelado e, depois, o Mestrado e o Doutorado em Bioquímica de Plantas. Hoje, eu trabalho em uma área diferente da qual me formei academicamente, entretanto, o conhecimento e a experiência adquiridos nos últimos anos são utilizados na minha rotina diária.

NC: De que forma você utiliza o conhecimento científico no seu trabalho?

TJ: Em um laboratório da indústria, o trabalho exige um de alto nível de desempenho técnico, sempre com foco no cliente, na segurança, no meio ambiente e na saúde das pessoas. A busca pelo controle de qualidade de produtos e processos é uma busca incessante. A pesquisa é sempre muito direcionada para questões práticas que surgem na rotina diária. E, apesar do foco não ser a pesquisa, a mesma é sempre muito valorizada. A prova disso é que um estudo, realizado por mim, sobre a identificação de anomalias em sistemas de tratamento químico de água de resfriamento, permitiu que eu fosse reconhecido como funcionário destaque em 2017.

NC: Quando começou seu interesse pela ciência?

TJ: Desde criança a ciência sempre despertou um fascínio muito grande em mim. Quando eu tinha quatorze anos ganhei um microscópio que guardo até hoje! Eu achava incrível fazer observações nele. No ensino médio, a Biologia e, em especial, a Química estimulavam bastante o meu fascínio pela ciência. Nessa época, ao ler os primeiros livros de Júlio Verne (“Da terra à Lua” e “Cinco semanas a bordo de um balão”), ambos emprestados por um amigo de infância (que também cursou Ciências Biológicas), descobri o prazer pela leitura e pela ficção científica.

NC: Você deu continuidade à pesquisa feita para o Doutorado?

TJ: Depois que eu terminei meu doutorado publiquei um artigo, ainda relacionado com minha tese (A new peptide from Jatropha curcas  seeds: unusual sequence and insights into its synthetic analogue that enhances proteolytic activity of papain – Process Biochemistry) e, esse ano, um artigo de revisão (Peptides from genusJatropha: Beyond isolation – Current Chemical Biology) sobre as moléculas com as quais eu trabalhei (peptídeos vegetais). Estou tentando dar continuidade às pesquisas através de parcerias visando à síntese química de sequências polipeptídicas com propriedades antimicrobianas; e à interação/comportamento dessas moléculas em matrizes complexas como o petróleo. Outra frente de trabalho é o estudo de propriedades in sílico dessas moléculas utilizando dados de genômica e ferramentas de bioinformática.

NC: Qual é a sua expectativa com a Coluna do Jucá?

TJ: Eu acho que esse portal veio para preencher uma lacuna, em especial, no nordeste brasileiro. E certamente, essa lacuna está sendo preenchida. A minha expectativa é de poder contribuir, seja com a popularização e divulgação da ciência ou levando reflexões para os leitores. E, em um momento difícil como esse que o País está vivendo (tempos estranhos!), é importante que as pessoas compreendam que a ciência tem um papel importante em manter acesa ‘a luz no fim do túnel’. E essa luz representa a esperança de rompermos as correntes da ignorância que nos prendem.

Na primeira coluna, Thiago Jucá escreve sobre como o Brasil pode aprender com a estratégia alemã de investimento em excelência científica.

Mônica Costa

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