Alagoas recebe primeiro projeto do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
Tendo por objetivo enfrentar os desafios da agricultura e conservação ambiental por meio de soluções biotecnológicas sustentáveis, o projeto INCT Bioinovações para Agricultura Sustentável, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) foi contemplado num edital do CNPQ, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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O primeiro projeto aprovado em Alagoas no Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) vai receber recursos para desenvolver produtos biotecnológicos que substituam o uso intensivo dos inseticidas nas diversas culturas agrícolas.
“O objetivo da proposta é abrangendo desde a prospecção de moléculas da biodiversidade para o desenvolvimento de produtos no manejo e controle de pragas agrícolas, até estudos sobre o impacto do antropoceno nas interações ecológicas mediadas por semioquímicos”, explicou o coordenador geral do INCT, Antônio Euzébio Goulart Santana, professor titular do Campus de Engenharia e Ciências Agrárias.
Professor Antônio Euzébio Goulart Santana e alguns orientandos (Foto: UFAL / Cedida)
O projeto busca desenvolver soluções sustentáveis e inovadoras, fundamentadas na ecologia das interações e comunicação química entre espécies, para enfrentar desafios globais críticos, como a crescente demanda por alimentos, acúmulo de resíduos industriais e a necessidade urgente de preservação ambiental.
O modelo de governança do INCT está estruturado para garantir uma gestão participativa, descentralizada e inclusiva. Com isso, além da coordenação geral, o INCT terá o professor Paulo Zarbin, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), como vice-coordenador, e um Comitê Gestor composto por mais cinco professores de outras instituições federais.
O projeto é de caráter multidisciplinar, integra biotecnologia, ecologia química, agricultura digital e ciências ambientais, com duração prevista de cinco anos. Entre as tecnologias previstas estão semioquímicos de insetos e plantas, moléculas envolvidas na comunicação química das espécies, para táticas de manejo integrado de pragas, biopesticidas à base de óleos essenciais de plantas e microorganismos nativos, identificação e manejo estratégico dos inimigos naturais e uso de instrumentação avançada, como biossensores e armadilhas inteligentes.
De acordo com Santana, “Essas inovações ampliam o enfoque e os resultados obtidos pelo INCT Semioquímicos na Agricultura, aplicando o conhecimento em soluções práticas para o manejo integrado de pragas que contribuem para a preservação e o uso sustentável da biodiversidade”.
O professor afirma que o projeto busca compreender quais são os impactos do antropoceno no agroecossistema, como a seca, a poluição por metais pesados de atividades mineradoras, os resíduos de fertilizantes, e o uso generalizado de inseticidas. Os pesquisadores vão realizar estudos sobre as interações entre plantas, pragas e seus inimigos naturais, e, com o entendimento detalhado, será possível desenvolver novas biotecnologias que se adaptem às condições ambientais desafiadoras e atuais, promovendo uma agricultura que alia alta produtividade com a redução de impactos sobre a biodiversidade.
“Ao integrar esses enfoques, o projeto mescla pesquisa básica e aplicada para criar soluções modernas e inovadoras, que respondam às condições de um planeta em transformação, promovendo práticas agrícolas seguras, eficientes e alternativas para o controle de pragas”, explicou o coordenador-geral.
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