Desde a sua descoberta, em 1909, muitos estudos foram realizados sobre a doença de Chagas e o combate à doença teve uma série de avanços. “O próprio Carlos Chagas desvendou o agente etiológico, as manifestações clínicas, os vetores e os reservatórios na natureza, abrindo um horizonte de muitos questionamentos a serem respondidos. Assim, muitas linhas de pesquisa foram introduzidas e até hoje são alvos de investigação devido à complexidade da doença”, lembra Virginia Lorena.
Para a professora Fátima o avanço se deu no combate ao Triatoma infestans que foi eliminado do Brasil, que recebeu o certificado de eliminação pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2006. “Hoje existe T.infestans só na Bahia. Essa espécie de triatomíneo é domiciliada, por isso a vigilância deve estar alerta para não deixar essa espécie repovoar o Brasil”, destaca.
Analisando a questão e levando em consideração a aplicabilidade das pesquisas, a pesquisadora da Fiocruz-PE considera que o diagnóstico da doença também obteve grandes avanços. “Um dos pilares para o controle da doença no Brasil foi a introdução de testes sorológicos na triagem de doadores de sangue em todo o país. Além disso, o entendimento das diversas formas clínicas, principalmente a forma cardíaca da doença, foi outro avanço, pois um manejo específico com tratamentos de alta complexidade trouxe benefícios ao portador da doença. Como pesquisadores esperamos que ao longo dos próximos anos, a doença de Chagas seja uma doença menos negligenciada em todos os sentidos”, afirma.
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