Aplicativo para gestão de doenças crônicas Saúde

quarta-feira, 13 novembro 2024
Chamado de Safe adherence, o app teve sua patente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. (Foto: Marcelo Casal JR / Agência Brasil)

Com tecnologia patenteada no INPI, usuários poderão utilizar QR Code no celular para informações sobre medicamentos

Quem disse que invenções criativas e eficientes são sempre oriundas de grandes centros? Pesquisadores instalados na cidade paraibana de Cuité, a 220 quilômetros da capital João Pessoa desenvolveram um aplicativo para melhorar a gestão das condições crônicas não transmissíveis, a exemplo da diabetes e a hipertensão arterial sistêmica. Chamado de Safe adherence, o app teve sua patente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O produto foi desenvolvido no Núcleo de Estudos e Pesquisas em Cuidado Farmacêutico (Nepfarma), do Centro de Educação e Saúde (CES) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Eduardo Deley Nogueira Medeiros, um dos criadores do aplicativo (Foto: acervo pessoal)

Os criadores do aplicativo são Pedro Lucas Pereira e Eduardo Deley Nogueira Medeiros. O desenvolvimento ocorreu entre os anos de 2021 e 2023, durante sua graduação no Curso de Farmácia, durante as pesquisas realizadas no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica e Inovação (PIBITI).

A orientadora do projeto, Camila de Albuquerque Montenegro, professora do curso de Farmácia e coordenadora do Nepfarma, listou as etapas do processo de criação. Depois da criação do protótipo e de sua disponibilização em funcionamento na web, os pesquisadores fizeram a validação. Essa etapa consiste na apresentação do produto à comunidade acadêmica e a profissionais de área de saúde e na coleta de suas opiniões. “Apresentamos aos farmacêuticos e outros profissionais da Farmácia Básica do município de Cuité, à população acadêmica, como professores e estudantes”. Com essas pessoas, os pesquisadores fizeram coleta de dados, com perguntas sobre layout, aparência, cores, nomes, conteúdo e sugestões.

Adesão aos medicamentos

Montenegro explicou que sua atuação é na área da assistência farmacêutica, com pesquisas nas linhas do cuidado farmacêutico, da comunicação interpessoal e de tecnologias em saúde e na educação. De acordo com a professora, o Safe adherence surgiu para incentivar uma melhor adesão aos medicamentos. “A ideia de desenvolver o aplicativo surgiu depois que eu presenteei uma criança com um quebra-cabeça do mapa do Brasil, que após ser finalizado, é possível projetar a câmera do celular e obter informações sobre aquele local. A partir disso, veio a ideia de fazer algo assim para o uso de medicamentos, tornando as informações acessíveis de modo digital e dentro do cenário de saúde digital. Acreditamos que o acesso à informação desse modo digital tende a aumentar a adesão à farmacoterapia e a gente pode ter melhores resultados em saúde”, destacou.

Professora Camila Montenegro, em primeiro plano. (Foto: acervo pessoal)

O software se baseia no uso da tecnologia de QR Code, os quais são adesivados nas embalagens dos medicamentos dos pacientes, durante a consulta farmacêutica. O usuário acessa o aplicativo, por meio do seu login, realiza a leitura desse código por meio da câmera do seu celular, que direciona para a página referente ao medicamento, onde terá informações sobre a indicação, como tomar, armazenamento e descarte, em linguagem verbal escrita e com alternativa de emissão de voz. O trabalho teve orientação do professor Vladimir Soares Catão.

De acordo com a professora, o grupo de pesquisas avalia que é necessário atualizar o aplicativo, por isso a intenção é que as pesquisas tenham andamento e outras aplicações venham a ser desenvolvidas. “Há a perspectiva de inserirmos interfaces para outras classes de medicamentos e sobre outras informações. A perspectiva é continuar o projeto na vigência do PIBITI 2025-2026”, finalizou.

Durante o Congresso CFF de Ciências Farmacêuticas: “Conhecimento e Inovação em Prol da Valorização Profissional”, realizado em outubro de 2023, em Natal (RN), o Safe Adherence foi um dos 21 selecionados para a modalidade oral, entre 1.280 trabalhos de todas as regiões do país. Ao final, conquistou a premiação de 4º Melhor trabalho do congresso.

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