Aplicativo de combate à corrupção vence concurso do Ministério da Justiça Inovação

terça-feira, 10 maio 2016

Desenvolvido pelo professor Nazareno Andrade (foto) e outros pesquisadores da UFCG, app concorreu com 54 propostas de todo o país

Um aplicativo desenvolvido por pesquisadores do Laboratório Analytics da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) venceu o Concurso de Aplicativos – Hackathon de Participação no Combate à Corrupção – promovido pelo Ministério da Justiça. O resultado foi divulgado no dia 29 de abril e deu o primeiro prêmio ao app As Diferentonas.

Criado pelo professor de Ciência da Computação, Nazareno Andrade, em parceria com alunos e ex-alunos do curso – Ricardo Araújo, Luiz Augusto Morais, Mariana Souto e Iara Ribeiro – o aplicativo vencedor concorreu com 54 propostas de todo o país e foi selecionado na primeira fase do concurso, ficando entre os três finalistas. Cada equipe foi premiada com R$ 10 mil.

Para Andrade ganhar esse prêmio é um importante incentivo para que todos os brasileiros combatam a corrupção. “O prêmio certamente nos encoraja, e esperamos que a todos, a investir mais na colaboração do cidadão com o poder público para o combate à corrupção. E nesse caso não apenas com o cidadão usando as ferramentas que o governo lhe propõe, mas também com o cidadão criando novas ferramentas, programando as maneiras de agir com os dados do governo”, ressalta.

Inspirados em um meme que se tornou viral na internet, o grupo batizou o app de As Diferentonas com o intuito de unir humor e dados estatísticos. “O intuito foi usar o nosso universo mais cotidiano para falar e provocar a discussão sobre como as cidades obtém e gastam recursos federais. Pensamos que o objetivo do processamento e estatística que estávamos utilizando era verificar se as cidades são diferentonas. E tudo usando o humor”, detalha Andrade.

O aplicativo

As Diferentonas é um aplicativo para iOS e Android que ajuda o usuário a fiscalizar e debater como seu município o uso de verbas federais. Para isso, o app responde perguntas formuladas pelos cidadãos, como por exemplo: é só meu município que recebe e investe verba desse jeito? Minha cidade é ‘a diferentona’?

Segundo o professor Andrade, o app foi desenvolvido motivado pelo concurso federal, mas há no Laboratório Analytics, do Departamento de Sistemas e Computação, diversas iniciativas no uso da computação para promover a transparência pública e o controle social.

Ele conta que o trabalho foi iniciado uma semana antes da primeira fase do concurso, após um hackfest. “Periodicamente o Laboratório Analytics realiza Hackfests, que são eventos meio trabalho meio festa, que duram um fim de semana e promovem a criação de projetos e diversão dos participantes. No caso, houve um hackfest uma semana antes do prazo para o concurso, e lá fizermos a primeira versão do As Diferentonas”, relembra. Ainda segundo ele, um outro grupo no mesmo evento fez um outro aplicativo que também concorreu nesse mesmo concurso e pode ser conferido aqui.

Próximos passos

Na etapa presencial do concurso, que aconteceu de 27 a 29 de abril, a equipe da UFCG venceu a competição e levou R$ 30 mil, valor que deve ser aplicado para implementar as funcionalidades propostas por gestores públicos – no prazo de 45 dias. “Temos agora esse prazo para o desenvolvimento da versão a ser lançada. Em paralelo, continuamos com o desenvolvimento de vários projetos no laboratório em temáticas relacionadas”, afirma Andrade. Ele aproveita para convidar a todos para conhecer as outras iniciativas do Laboratório Analytics, que podem ser conferidas na página do grupo no Facebook.

Andrade lembra que o app será gratuito e estará disponível nas lojas como software público. Além disso, ele será encampado como uma das ações da Enccla  – Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. E para quem se interessou pelo As Diferentonas, ele aponta que vale à pena conhecer outros  aplicativos.

Para conhecer como vai funcionar o app, o interessado pode assistir o vídeo aqui

Para saber mais:

Meme é um termo grego que significa imitação. O termo é bastante conhecido e utilizado no “mundo da internet”, referindo-se ao fenômeno de “viralização” de uma informação, ou seja, qualquer vídeo, imagem, frase, ideia, música e etc, que se espalhe entre vários usuários rapidamente, alcançando muita popularidade.

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