Quais são os desejos da comunidade científica para o Ano Novo? Confira mais respostas da nossa enquete.
O ano de 2017 chegou ao fim e certamente para a ciência e tecnologia no Brasil esse período ficará marcado pelos cortes, contingenciamento e tantas outras complicações políticas e econômicas. Virando a página, começa a surgir no horizonte 2018. O que esperar do ano novo? Nossa Ciência ouviu pesquisadores e outros profissionais da área sobre as perspectivas para o país e também para o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro em diferentes áreas.
Confira os depoimentos:
Gláucio Bezerra Brandão. Coordenador do Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Inovação da UFRN. Gerente Executivo da inPACTA, projeto da universidade federal potiguar que tem por missão criar talentos em empreendedorismo tecnológico de forma sistêmica e metodológica.
“Fala-se muito que um povo amadurece depois de crises – geralmente Guerras – e acho que travamos algumas boas em 2017. Assim, espero que em 2018 estejamos mais maduros e que este ano dependa mais da gente. Neste sentido, torço para que renovemos nossos quadros políticos e que sigamos fiscalizando todas as ações desses dirigentes. Não dá mais para aturar essa turma ‘brincando’ e ‘roubando’ na gestão pública.
Trabalho na área de empreendedorismo-inovador. O que é isso? Desenvolvemos as mentes dos estudantes para que criem suas próprias empresas. A Sociedade já percebeu que caminhamos rumo a uma situação em que os empregos têm de ser criados. Os próximos governos terão de trabalhar na re-industrialização do Brasil e, na base, trabalhar uma educação empreendedora. Assim, parto para um 2018 de forma otimista, em que o empreendedorismo-inovador, ancorado em uma educação capacitadora DE VERDADE, será a pauta do ano.”
Maria Zaira Turchi. Presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).
“Em 2018, o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) dará continuidade ao diálogo produtivo já realizado em 2017 com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que tem resultado em avanços importantes no desenvolvimento de programas e ações em parceria com as agências federais de fomento à pesquisa.
Nossa meta é continuar a fomentar programas relevantes em andamento como o Pronem e Pronex, o Programa Primeiros Projetos (PPP), o Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR), entre outros, e ampliar as parcerias entre as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e instituições e agências de fomento.
Certamente, os cortes no orçamento federal de 2018 para a ciência e a inovação terão impacto significativo, no entanto com a participação dos estados acreditamos na possibilidade de expansão do sistema brasileiro da ciência, tecnologia e inovação.
Uma dessas expectativas do Confap é o lançamento da carta-convite do Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores, o Centelha, parceria firmada entre o governo federal e o Confap para o estímulo ao empreendedorismo de base tecnológica. Também para 2018, esperamos o lançamento do Tecnova II em parceria com a Finep, que tem por objetivo apoiar, por meio da concessão de recursos de subvenção econômica, projetos de inovação em micro e pequenas empresas nos estados.
O plano de ação para 2018 prevê, ainda, a continuidade das parcerias internacionais que já temos com o Reino Unido, União Europeia, França e Itália, e a ampliação para novos programas com outras instituições parceiras internacionais. Já há novos entendimentos para serem concretizados em 2018.
Mencionamos, ainda, o importante acordo de cooperação, proposto pela Fapesp e assinado por todas as FAP’s associadas durante o Fórum do Confap, realizado em Goiânia, no mês de novembro de 2017. Esse acordo tem por objetivo aumentar as ações de cooperação entre as Fundações, contribuindo para fortalecer o sistema de CT&I, consolidando as redes de pesquisa entre instituições e grupos dos diferentes estados brasileiros.
O Confap tem o papel de articular e coordenar ações estratégicas de interesse das fundações estaduais de amparo à pesquisa, divulgar o trabalho desenvolvido por todas as FAP’s e defender que os governos estaduais fortaleçam as suas Fundações e garantam recursos financeiros necessários ao fomento da pesquisa científica, tecnológica e de inovação.”
Leia o especial 2018: perspectivas para a ciência
Edna Ferreira e Mônica Costa
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