A jornalista e geógrafa Helaine Matos é a mais nova colaboradora do Nossa Ciência
Uma criança curiosa que queria saber mais do mundo e sobre as coisas que nele existiam. Foi assim que começou a jornada em busca de conhecimento da jornalista e geógrafa Helaine Matos que é a mais nova colaboradora do portal Nossa Ciência.
Natural do Ceará, Helaine é graduada em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo Científico. Também é Bacharel e Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Com o Jornalismo ela queria “saber mais do mundo e ser capaz de comunicar com maior propriedade determinados assuntos”. Já a Geografia veio para guiá-la por caminhos que desde criança desejou conhecer. Unir esses dois mundos exigiu paciência e determinação. Ela encontrou em temas como campesinato e Meio Ambiente o fio condutor de sua dissertação de Mestrado e do Doutorado que cursa na UFC.
Depois de atuar na produção e reportagens para emissoras de rádio e TV do Ceará e vivenciar seu lado geógrafa como gestora de uma unidade de conservação de uso sustentável no interior do Estado, Helaine Matos chega ao Nossa Ciência para trilhar o caminho da divulgação científica.
Seja bem-vinda!
Nossa Ciência: Jornalista e geógrafa, o que te levou a fazer uma segunda graduação?
Helaine Matos: Sempre fui muito curiosa, daquelas que desde criança tinha sede de saber do mundo e sobre as coisas que nele existiam. E o Jornalismo me deu a oportunidade de descobrir o meu Ceará e contar algumas histórias sobre ele. Quando concluí a graduação em Comunicação Social fiz especialização em Jornalismo Científico na Universidade Federal do Ceará, isso foi em 2009. Desde então, me encantei pela ciência e pelo mundo da pesquisa. Quando concluí o curso pensei em seguir para o mestrado, mas naquele período a instituição mais próxima que oferecia um mestrado nessa área da Comunicação ficava em São Paulo e por questões familiares não arrisquei ir para outro estado. Foi aí que pensei em ter uma segunda graduação, não para trocar de profissão, porque eu amo o Jornalismo, mas para saber mais do mundo e ser capaz de comunicar com maior propriedade sobre determinados assuntos. Sempre gostei de viajar e observar as formas geográficas, o relevo, o espaço. Pensei que a Geografia pudesse me guiar por caminhos que desde criança desejei conhecer. Em 2011 tentei o processo seletivo para o bacharelado em Geografia, também, na UFC e deu certo, realizei meu sonho de saber mais sobre o espaço geográfico que habito e refletir sobre ele todos os dias.
NC: Você encontrou uma interseção entre essas áreas?
HM: Encontrei poucas oportunidades no mercado de trabalho para unir Jornalismo e Geografia, mas tive momentos como produtora de TV e rádio para contar histórias com uma maior segurança em determinados assuntos como meio ambiente e agricultura, por exemplo, graças à Geografia. Consegui boas fontes nessa área ao longo da caminhada e hoje posso dizer que apesar da ausência desse mercado jornalístico especializado em Ciência no Ceará, é possível sim juntar as duas coisas com um pouco de paciência e determinação.
NC: Como surgiu seu interesse pela divulgação científica?
HM: Desde que entrei para a área da comunicação me incomodava a maneira como algumas fontes teciam críticas aos jornalistas por não comunicarem com os termos que a ciência muitas vezes recomenda. E eu sempre me cobrava muito em relação a isso nas matérias que eu produzia para a TV e para o rádio. Não queria receber críticas das fontes, apesar, de hoje reconhecer que esse é um caminho complexo. Seu texto ou aquilo que produz nunca vai agradar a todos. É importante a apuração sempre, checar as fontes, principalmente em caso de dúvida e dar o seu melhor todos os dias. O resto é consequência. Sempre gostei da temática sobre o Meio Ambiente, sustentabilidade, agricultura e o interesse pela divulgação científica foi naturalmente acontecendo por esses caminhos.
NC: Do que se trata seu doutorado em Geografia?
HM: No mestrado minha dissertação fez uma discussão geográfica e histórica sobre o Sindicalismo de Trabalhadores Rurais no Ceará de 1950 a 1985. A História Oral e a Pesquisa Documental foram minhas metodologias e por meio de entrevistas e de matérias publicadas em jornais antigos desse período foi possível compreender meu objeto de estudo. No Doutorado me proponho a dar continuidade a esse recorte temporal com o seguinte título: A organização sindical de trabalhadores no espaço rural cearense de 1985 a 2020: dos trabalhadores rurais aos agricultores familiares e assalariados rurais. Onde me proponho a discutir a diversidade nas formas de organização dos trabalhadores no espaço rural cearense em comparação ao tempo passado; Compreender o papel da legislação trabalhista no processo de organização sindical dos trabalhadores rurais no Ceará de 1985 a 2020; Refletir sobre as diversas formas de organização dos trabalhadores no espaço rural cearense a partir do período pós-ditadura civil militar; Contextualizar a inserção da mulher no processo de organização sindical no espaço rural cearense e analisar do ponto de vista teórico as diferenças entre os trabalhadores rurais e os agricultores familiares na recente configuração do movimento sindical.
NC: Como foi sua passagem como gestora de uma unidade de conservação?
HM: Quando fui aprovada no mestrado em Geografia, em 2015 não consegui mais conciliar por muito tempo a vida de pesquisadora e de jornalista. Nesse ano, eu era produtora em uma rádio de notícias em Fortaleza e tinha aquela rotina agitada da redação. Saí de lá para me dedicar ao mestrado e meses depois tentei seleção para ser gestora de uma unidade de conservação (UC) gerenciada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA). Já tinha cursado todas as disciplinas e fui então ser geógrafa na prática. Fiquei como gestora da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bica do Ipu até junho de 2018. Essa unidade de conservação é de uso sustentável e está localizada a noroeste do Estado, distante aproximadamente 295 km de Fortaleza. Tem um ecossistema lindo de mata atlântica, paredões rochosos de arenito e quedas d’água. A mais conhecida é a Bica do Ipu que tem 130 metros de altura e está eternizada no romance Iracema, de José de Alencar, como um dos lugares onde a índia tomava banho. Foi um período de muitos aprendizados e de respeito à natureza. Saí da APA da Bica do Ipu no final deste mês de junho para novamente me dedicar à vida de pesquisadora, desta vez no Doutorado em Geografia.
NC: Qual sua expectativa em relação à parceria com o Nossa Ciência?
HM: Tenho as melhores expectativas com o Nossa Ciência. Primeiro porque o projeto é ousado e super necessário para a comunicação e para a divulgação científica da região Nordeste que produz muito conhecimento nas universidades. A sociedade precisa ter conteúdo de qualidade publicado de maneira acessível sobre esse saber que vem das universidades e das demais instituições que produzem conhecimento na nossa região. Em segundo lugar, é uma excelente oportunidade para eu exercitar meu lado jornalista e geógrafa em um portal que tem uma equipe especializada em divulgação científica. Estou super empolgada e na corrida por boas pautas que possam agradar o público do Nossa Ciência.
Em sua matéria de estreia Celebração, luta e alimento, Helaine Matos escreve sobre a tradição das Festas da Colheita mantida pelas comunidades rurais do Ceará.
Edna Ferreira
Que linda!!!! Parabéns Helaine Matos. Deus te abençoe sempre é te guie em todos os seus projetos. Você é merecedora de tudo que conquista porque desde de muito cedo você luta por tudo. Enfim parabéns vc merece.
Parabéns Helaine Matos , pela garra, comprometimento e entusiasmo.
Você é merecedora!
Quem luta sempre alcança.
Belissimo trabalho !
Menina Helaine Matos, tenho muito orgulho de vc, parabéns vc merece..
Parabéns linda!!! Me encho de orgulho de ser sua irmã, merecedora de todas as vitórias conquistadas! Nosso Pai lá do céu deve estar muito orgulhoso!
Helaine bom dia. Parabéns pela entrevista.
Feliz por você Helaine Matos, super dedicada… Contribuirá muito onde estiver atuando. AVANTE companheira! Continue na LUTA… A PESQUISA E NÓS, SÓ TEM A GANHAR…