Vírus e pandemias Ciência Nordestina

terça-feira, 17 março 2020

Vivemos uma situação delicada que deve ser tratada sem pânico. A humanidade vencerá essa luta

Ao longo destes quase 3 anos de Ciência Nordestina (chegamos hoje à matéria de número 134) já falamos bastante sobre bactérias. Detalhamos a importância do controle antibacteriano e do grande risco das superbactérias. No entanto, ao passar pelos temas já abordados nesta coluna percebi que ainda não havíamos falado dos temidos vírus. Diferentemente das bactérias, estes organismos não dispõem de uma estrutura celular.

Para eles, basta a proteína e o ácido nucleico. A proteína protege o material genético e com isso o vírus passa a não ter nenhum metabolismo característico. Até este ponto, estes seres passariam como “coisinhas inofensivas”. Na realidade, todo o problema se dá quando eles encontram as células – passando a atuar como parasitas internos que controlam todo o seu metabolismo – em um típico processo de inativação do comando gênico da célula, o vírus assume as rédeas do sistema.

E se ainda restam dúvidas sobre estes seres serem vivos ou não – dentro das células eles passam a ser bastante ativos e reprodutivos. O processo de contaminação das demais células com material genético do vírus contido na célula parasitada tende a ser rápido (o que define o tempo de incubação da doença), dando explosão às doenças – que seguem desde uma simples virose ao coronavírus, do H1N1 à AIDS. Este mesmo H1N1, cuja mutação conhecida por gripe espanhola matou quase 40 milhões de pessoas em 1920, tem uma capacidade tremenda de se modificar e permanecer em superfícies como uma maçaneta de porta por semanas.

A humanidade permanece, sem dúvidas, refém das mutações dos vírus. Em breve, o coronavírus pode levar a COVID-19 a se tonar mais uma pandemia, que já vem paralisando o planeta. Centros de pesquisa e cidades inteiras na Europa paralisaram suas atividades, enquanto que pela América (Sul, Central e do Norte) parece que ainda se torce para que a explosão no número de infectados não ocorra tão rapidamente. Medidas de isolamento e de contenção da doença precisam ser tomadas. Vivemos uma situação delicada que deve ser tratada sem pânico. A humanidade há de vencer mais esta luta.

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Leia o texto anterior: Coronavírus e a ciência brasileira

Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).

Helinando Oliveira

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