É preciso fomentar ações e espaços mais amplos de negociação entre Universidade e empresas. Tirar as pesquisas das prateleiras dos laboratórios e apresentar à sociedade
O calendário de eventos nas grandes universidades no mundo é recheado de datas comemorativas em que ocorrem olímpiadas, feiras, exposições e concursos de naturezas diversas. Em particular, para a área tecnológica, uma diversidade de eventos como o dia dos polímeros, dia da engenharia mecânica, dia da eletrônica molecular, dia da nanobiotecnologia, entre outros, serve como uma excelente oportunidade para aproximar a Universidade e os Centros de Pesquisa das empresas.
Empresários de diferentes ramos aproveitam o horário do almoço, por exemplo, e conversam com estudantes de mestrado, doutorado de iniciação científica sobre projetos e ações diversas. E essa simples conversa acelera, de forma impressionante, a possibilidade de transferência de tecnologia entre Universidade e empresa. Os custos envolvidos neste processo são realmente muito baixos – por vezes apenas o coffee break e a impressão de banners.
Uma iniciativa louvável ocorreu no município de Cascavel (PR) no último mês de maio, a partir da Primeira Feira de Inovação, que se deu paralelamente à 10ª Feira Internacional de Ciências Aplicadas, Invenções, Inovação e Negócios e movimentou a região, possibilitando a criação de um ambiente de diálogo entre centros produtores de conhecimento e empresas. Nesta primeira edição aconteceram mais de 40 palestras em 200 horas de atividades.
Neste aspecto, é fundamental que as prefeituras de todo o país estejam engajadas nesta iniciativa, permitindo com que para além de ações pontuais de cada Universidade possa ocorrer um espaço mais amplo de negociação e apresentação de resultados para toda a sociedade.
A consolidação de eventos do tipo possibilita não apenas o fortalecimento de grupos de pesquisa, mas também de parcerias em projetos de pesquisa e extensão que permanecem nas prateleiras dos laboratórios. Em tempos de poucos recursos, é fundamental divulgar as ações de pesquisa, como forma de captar investidores que possam manter o sonho da produção de conhecimento vivo e pulsante.
Fazer evoluir a cultura de inovação em nossos centros produtores de conhecimento é permitir com que os nossos estudantes possam assimilar o quão próximas podem caminhar a ciência básica e aplicada. E o mais importante, poder ser mais uma mão a levantar a bandeira de que nós podemos desvendar a solução de nossos problemas, a partir de uma ciência forte e pujante, que sobrevive e tem forças para resistir ao pior dos mundos, cenário atual de nosso país.
Mais detalhes da 10ª Feira Internacional de Ciências Aplicadas, Invenções, Inovação e Negócios
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Helinando Oliveira
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