A textrônica, associada a toda a nanotecnologia e interdisciplinaridade possível pode resultar (quem sabe utopicamente) na concepção de que a questão da energia no planeta depende de todos
A eletrônica (velha conhecida de todos nós) está presente nos telefones celulares, aparelhos de TV, relógios, sistemas embarcados de automóveis e tudo mais que acessamos a todo momento. Ela surgiu com as válvulas e depois tomou impulso com os transistores e dispositivos de estado sólido. Nas últimas décadas (ainda que continuamente adepta da miniaturização) a eletrônica viu surgir a spintrônica, a microfluídica, os materiais orgânicos flexíveis e a textrônica.
Esta última faz uso dos avanços tecnológicos recentes para incorporar propriedades e multifuncionalidades até então pouco imaginadas aos têxteis. Entre as propriedades mais exploradas até aqui, podemos citar algumas:
Desta forma, uma caminhada matinal seria suficiente para “carregar” a camiseta. Cabos USB discretamente instalados na parte interior da camisa poderiam transferir a energia armazenada: diretamente para os telefones celulares ou serem conectados à rede elétrica para vender a energia acumulada.
O fato é que a grande crise hídrica que o mundo enfrenta despertou os olhos da ciência para a energia dita alternativa. Tetos agora são verdadeiras fontes de recursos, quando preenchidos com células solares. Além de não pagar a conta de luz, as pessoas já recebem pelo que geram. E a textrônica veio para alongar este limite: nossos corpos são também constantemente “abraçados” pela energia que emana do sol. Ao invés de fonte de câncer de pele, a exposição demasiada à luz do sol pode, em breve, ser uma fonte para aproveitamento de energia elétrica.
A humanidade enfim descobriu que não são necessárias intermináveis áreas inundadas para geração hidroelétrica. A dicotomia que se estabeleceu entre o uso da água para consumo/ geração de energia parece ter sido resolvida. Ao invés de grandes centrais de geração precisamos de tecnologia que distribua esta tarefa. E um aspecto relevante é de que nesta ação será necessária a contribuição de todos. Não será possível usar apenas os corpos de ricos ou suas mansões como geradoras de energia. No contexto de geração solidária, toda a população mundial precisará vestir a camisa e fazer das energias alternativas uma forma inclusiva de geração sustentada. Será interessante ver ricos e pobres juntos, nesta missão de cobrir o planeta com um grande manto que proteja o resto de água potável e use a energia que vem do sol de um modo mais racional.
E a textrônica, associada a toda a nanotecnologia e interdisciplinaridade possível pode resultar (quem sabe utopicamente) na concepção de que a questão da energia no planeta depende de todos. Cada habitante do planeta como um elemento gerador de energia, conectados a uma grande matriz de distribuição, uma matrix.
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Helinando Oliveira
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