É possível criar uma cultura pró-planeta, na qual cada um faz a sua parte
Imagine que para se manter aquecido, você precise queimar uma árvore por dia e que sua fazenda disponha de 30 árvores. Digamos que cada árvore leve 10 anos para chegar ao ponto de corte. Isso significa que ao final de 30 dias não haverá mais árvores para manter sua casa aquecida. Porém, se ao contrário disso, fossem instaladas células solares no teto da casa, a incidência diária de luz solar manteria todos os equipamentos elétricos funcionando e nenhuma árvore precisaria ser arrancada. Esta é a essência de um investimento sustentável. A luz do sol estará disponível a nós por mais alguns milhões de anos, enquanto que a destruição do meio ambiente nos leva a uma fronteira perigosíssima.
Aliás, a destruição de nossas florestas vem também como uma demanda da pecuária, para alimentar de carne a população mundial. O alimento, por sua vez, precisa também ser sustentável. E consumir carne em um planeta com a taxa de crescimento populacional como o nosso é apontar para nossa própria destruição.
Se quisermos, de fato, nos voltar contra a destruição da espécie humana na terra precisamos ter a consciência de que só podemos atingir objetivos por um desejo coletivo de mudança. Os governantes, por sua vez precisam reconhecer que este modo de produção está levando o planeta a condições extremas de clima (vide temperaturas na Índia, por exemplo) com sinais de que uma nova extinção em massa se aproxima. Ou seja, o futuro do planeta depende primariamente de nosso voto.
Enquanto isso, se cada um fizer sua parte, conseguimos criar uma cultura pró-planeta.
– Prefira as garrafas de vidro do que as de plástico;
– Não use sacolas plásticas – é preferível substitui-las por sacolas reaproveitáveis;
– Coma menos carne – se possível for, não coma carne;
– Ande menos de carro, consuma menos combustível;
– Prefira produtos orgânicos;
– Vá mais a feiras livres e compre de pequenos produtores – agricultura familiar;
– Evite consumir produtos processados – sua saúde agradece.
Afinal, o que estamos presenciando é um momento de retorno ao começo – antes da industrialização severa, em que o pequeno produtor supria o mundo com suas verduras e frutas embaladas em papel. Esta mudança de comportamento pode salvar a nossa espécie.
E quanto a viagens a Marte? Esquece. Deixa para ficção científica. Nós, pobres mortais, nunca teremos dinheiro para financiar uma missão suicida no espaço. A terra é a nossa casa.
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Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).
Helinando Oliveira
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