Pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará avaliam impacto do uso abusivo de ansiolíticos na vida das mulheres
Há pouco menos de um ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicava o relatório “Depressão e outros distúrbios mentais comuns: estimativas globais de saúde”, revelando que o que o Brasil havia se tornado o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade do mundo. De acordo com o documento, divulgado em fevereiro de 2017, 9,3% dos brasileiros (cerca de 18,6 milhões de habitantes) sofrem com algum distúrbio relacionado à ansiedade. O tratamento geralmente consiste em uma combinação de medicamentos e terapia cognitivo-comportamental (TCC). Entre os medicamentos mais utilizados estão os benzodiazepínicos. Pesquisadores têm alertado, nos últimos anos, no entanto, que o uso contínuo desse tipo de medicamento tem alto poder de causar dependência.
No Ceará, um grupo do Laboratório de Psicanálise da Universidade Estadual do Ceará (Uece) está avaliando o impacto do uso abusivo de ansiolíticos na vida das mulheres. O projeto “Uso abusivo de drogas benzodiazepínicas na atenção à saúde mental: um estudo sobre a vulnerabilidade e a subjetividade feminina” é coordenado pela professora Lia Silveira, do curso de Psicologia, em colaboração com os professores Maria Rocineide Ferreira da Silva e Paulo César de Almeida, do Programa de Pós-Graduação Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde (PPCLIS), e de estudantes de Mestrado e Doutorado. A iniciativa é apoiada pela Funcap.
De acordo com Lia, a partir de três meses de utilização, o risco de dependência do paciente aumenta em 10% e, a partir de 12 meses, sobe para 40%. O grupo de pesquisadores apurou que o tempo de uso entre mulheres é muito superior a 12 meses (em média oito ou nove anos). Foram coletados dados de 520 mulheres de Fortaleza atendidas pela rede básica de saúde. Dessas, doze se dispuseram a participar da fase qualitativa do estudo, que consistia em entrevista. A equipe descobriu que entre os motivos para prescrição estavam situações de perdas familiares ou exposição à violência. Para a coordenadora do estudo, o tratamento deveria apostar em práticas terapêuticas que vão além do uso de medicamentos, como espaços pautados na circulação da palavra, onde essas mulheres pudessem falar e elaborar formas de lidar com o que as aflige”.
O perfil das mulheres mais atingidas é composto de pessoas com faixa etária entre 40 e 53 anos, solteiras, com baixo nível de escolaridade, com filhos, e sem trabalho formal. A maioria (55%) não trabalha e mais de 76% tem renda inferior a dois salários mínimos. Esse perfil, segundo Lia, dificulta o acesso a outros recursos, como terapias baseadas na escuta e/ou medicamentos de última geração com menos efeitos colaterais, que não estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “No final das contas o que temos não é alguém com menos sofrimento, mas pessoas dependentes da substância para enfrentar a vida”, afirma.
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Giselle Soares com informações da Funcap
tomo alprazolam ha muito tempo nem sei como retirar tenho medo deste ansiolitico as consequencias os efeitos colaterais que sinto de dia tonturas dor de cabeça tipo atordoado ressaca se puderem me ajudar me orientar quem procuras sei que e dificil a retirada desmame tomo a noite muito bom mas de dia sofrimento sei que esta me prejudicando agradeço atençao e fico no aguardo de uma soluçao orientaçao indicaçao tel 35 32325077 988440948