Se a criatividade negocial for uma reação, o que seria capaz de promover sua ignição?
Existem vários conceitos para criatividade. Uma rápida promptada no Copilot com os termos “O que é criatividade?”, nos dá: “É a habilidade humana de criar, inovar e produzir ideias originais e únicas. Ela envolve pensar de forma não convencional, encontrar soluções criativas para problemas e expressar-se de maneira autêntica. Trata-se da capacidade de gerar o novo: novos conceitos, ideias ou associações que frequentemente levam a soluções inovadoras. A criatividade pode ser desenvolvida e estimulada desde a infância, através de jogos, brincadeiras e atividades exploratórias. Ela desempenha um papel fundamental nas artes, como música, poesia e pintura, e está presente em diversos campos da vida humana”.
Já o Gemini retorna: “É a capacidade de gerar ideias novas, originais e úteis, de conectar conceitos de maneiras inesperadas e de encontrar soluções inovadoras para problemas. É a habilidade de ‘pensar fora da caixa’, de ver o mundo sob uma perspectiva diferente e de transformar essas novas perspectivas em ações e resultados”.
Se aplicado ao mundo dos negócios, a criatividade negocial poderia ser definida como uma forma de reagir eficientemente, criando-se algo, a partir de qualquer estímulo do mercado.
Embora concorde em parte com essas definições generativas, os conceitos acima soam como se tudo dependesse quase que exclusivamente da inspiração ou do dom de seu sortudo usuário, o que não é plenamente satisfatório para o mundo dos negócios, quando resolver problemas ou inovar é uma questão profissional corriqueira e de sobrevivência dos empreendimentos. E aí nasce a pergunta: qual tipo de criatividade devemos aprimorar quando se fala em mercado? Se ela é diferente da habitual, existem métodos para se alcançar isso? E a resposta é sim! Há mais de dez anos consegui modelar o que hoje chamo de criatividade negocial. Com um modelo em mãos, pode-se não só aplicar como também criar métodos. Nesta linha, a criatividade negocial pode ser ensinada e aprendida. É sobre isso que falaremos na Aula Condensada de hoje. Massa, né não?
Aforismos criativos
Durante a vida, raras sentenças nos marcam a ponto de modificar concepções. Vou colocar algumas que me guiaram na formulação da criatividade negocial:
Estes textos ainda funcionam para mim como axiomas – verdades inquestionáveis –, e me levaram há mais de uma década à seguinte pergunta: “Como fazer tudo isso conscientemente e de forma sistemática, e de quebra, depois voltar para esse plano astral e manter o modo funcional?”. Embora alguns xamãs ou coachs recomendem coisas “verdes” que me recuso a mencionar, sugiro apenas café.
Ralando aqui e acolá, percebi que o ato de criar é, na verdade, uma reação e não uma ação voluntária premeditada. Se aplicado ao mundo dos negócios, a criatividade negocial poderia ser definida como uma forma de reagir eficientemente, criando-se algo, a partir de qualquer estímulo do mercado. E nesta arena, problemas não faltam. Dessa forma, se aceitamos essa definição, a questão passa para outro patamar: admitindo-se que a criatividade negocial como uma reação, o que seria capaz de promover sua ignição? Vamos então ao conceito de insight, pois preciso dele para mostrar que você sempre foi criativo.
Insight
De acordo com o site Enciclopédia Significados , “Um insight é um acontecimento cognitivo que pode ser associado a vários fenômenos, podendo ser sinônimo de compreensão, conhecimento, intuição. Algumas pessoas afirmam que um insight é a perspicácia ou a capacidade de apreender alguma coisa e acontece quando uma solução surge de forma repentina. (…) Esta palavra, que surgiu no inglês arcaico, é formada pelo prefixo in, que significa ‘em’ ou ‘dentro’ e a palavra sight que significa ‘vista’. Assim, insight pode significar ‘vista de dentro’ ou ver com os olhos da alma ou da mente”.
Agora posso resumir. Penso que a criatividade surge como uma “reação a problemas, percepções ou estalos”, os quais eu sintetizo na palavra insight. Defendo então que no âmbito negocial, a geração de bons insights é que precisa ser melhor trabalhada ou, pelo menos, acontecer. O desenvolvimento mental e físico para tornar os insights tangíveis, meu conceito útil para criatividade, é uma questão de opção e esforço e, sendo assim, podem ser aprimorados. Dizendo de outra forma, a criatividade que interessa pode ser ensinada e aprendida.
Como não poderia deixar de ser (mania de professor), vamos a um desenhozinho porreta, que mostra como surge a criatividade negocial.
Estímulo gerado (externo) ou autogerado (interno)
Se você chegou até aqui e aceitou minhas conjecturas, sabe agora porque eu acho que todos nós somos criativos. Algumas pessoas podem não saber gerar insights radicais mas, uma vez expostos a eles, não há como optar pela inércia. Nessa linha, os insights capazes de gerar criatividade negocial possuem dois sabores: ou acontecem independentemente do que façamos (externos), ou são autogerados (internos). No primeiro processo, você compreende a bronca e busca por soluções. No segundo, o sabor mais interessante – afinal, quem consegue criar problemas estará sempre empregado –, já dei várias dicas por estas bandas. Em Criando coisas com o mais poderoso dos brainstormings e na AC Gerando bons problemas , é só o que faço: mostro como criar problemas. Pode parecer algo antagônico, mas um outro conceito para professor é “gerador de broncas para serem resolvidas por alunos”. E assim, e sadicamente, me mantenho empregado. Fazer o quê, né?
Finalizando…
A criatividade negocial é uma habilidade valiosa que pode ser ensinada, aprendida ou aprimorada. É capaz de transformar problemas e negociações desafiadoras em oportunidades de sucesso. Ao desenvolvermos a habilidade de gerar os próprios insights, estaremos mais preparados para encontrar inovações incrementais e de ruptura. Na AC que vem, vou mostrar formas que desenvolvi para gerar insights radicais. Quem sabe você não agradece me colocando como sócio de sua solução milionária? Bons insights!
A criatividade negocial pode ser ensinada, aprendida ou aprimorada. Pode transformar problemas e negociações desafiadoras em oportunidades de sucesso. Desenvolvendo a habilidade de gerar os próprios insights, estaremos mais preparados para encontrar inovações incrementais e de ruptura.
Gláucio Brandão é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e gerente executivo da incubadora inPACTA (ECT-UFRN)
Gláucio Brandão
Espetáculo de texto, professor. Esse vai para o quadro do escritório!
Grande Matheus, homem das linhas!
Seus comentários sempre são como prêmios. São como “insights” que me obrigam a criar textos ainda melhores. Obrigado pelo apoio.
Grande abraço.
Para mim, um novo termo criatividade negocial! Aprendendo sempre!