Conheçam a Lua: nosso único satélite natural. Sem ela, provavelmente, não haveria vida na Terra
A Lua é o corpo celeste mais próximo de nós, a cerca de 384 mil quilômetros. Um raio de luz do luar leva pouco mais que um segundo para chegar até nós. Nosso único satélite natural reflete até 7% da luz do Sol, o suficiente para enxergarmos o caminho numa noite de lua cheia. Para os povos eslavos, a Lua, nossa companheira de viagem pelo espaço, era casada com o Sol, mas apaixonou-se por Vênus, a estrela d’Álva, e como castigo foi despedaçada em quatro: as fases.
A Terra, com suas nuvens brancas, reflete quase seis vezes mais luz. É por isso que logo após a lua nova podemos ver um brilho pálido iluminando a parte da Lua que deveria estar no escuro: é a luz do Sol refletida pela Terra que vai até a Lua e de lá retorna para nós.
A Lua tem um quarto do diâmetro terrestre e cerca de 1% de sua massa. Parece pouco, mas na prática a Lua é tão grande em comparação com o nosso mundo que o centro de gravidade do sistema Terra-Lua não está próximo ao centro da Terra, mas a poucos quilômetros abaixo da superfície.
Graças a Lua o eixo de rotação da Terra permanece inclinado em cerca de 23 graus, o que permite a alternância das estações do ano. Se a Lua desaparecesse de repente nosso eixo de rotação passaria a oscilar loucamente, o que alteraria o clima de forma drástica, destruindo ecossistemas importantes e provavelmente aniquilando a vida no planeta.
Céu estrelado
A Lua leva 27,3 dias para completar uma volta em torno da Terra, tomando como referência as estrelas distantes. Isso é chamado mês sideral. Se pensarmos num ciclo inteiro das fases esse tempo sobe para 29 dias e meio, porque enquanto a Lua está girando ao redor da Terra, nosso planeta também está se movendo em torno do Sol. Assim, é preciso um tempo extra para que a Lua retorne a uma mesma fase. Esse é o mês sinódico.
A superfície da Lua recorda um deserto terrestre. A areia, contudo, é clara e fina como talco e o horizonte é mais próximo, com colinas e montanhas contrastando com um céu negro em pleno dia. Isso não acontece na Terra por causa da atmosfera. Aqui, a luz do Sol, que carrega todas as cores, se difunde pelo ar, espalhando mais eficientemente a cor azul.
Na Terra é preciso esperar o anoitecer para ver o céu estrelado. Na Lua, que não possui atmosfera, estrelas são vistas mesmo durante o dia. Nem por isso aparecem com facilidade nas fotos obtidas pelos astronautas, porque têm um brilho muito inferior ao pó fino que recobre o acidentado terreno lunar.
Para que víssemos estrelas nas fotos obtidas pelos astronautas das missões Apollo seria preciso que o diafragma da máquina ficasse aberto por muito mais tempo, o que queimaria o filme por excesso de luz. Por isso aquelas fotos mostram o céu negro, enquanto os astronautas se deliciavam com a visão real de um céu maravilhosamente estrelado.
Longos dias e noites
Devido à proximidade entre os dois corpos, a atração gravitacional da Terra obriga a Lua a girar sobre seu próprio eixo no mesmo tempo que completa uma revolução ao redor da Terra. Por isso o nosso satélite nos mostra sempre a mesma face, ocultando permanentemente a outra.
É dia na parte iluminada da Lua. De modo que não está certo falar em “lado escuro da Lua”, já que ambos os hemisférios são periodicamente iluminados. O certo é lado distante, ou oculto. Quando é lua nova, é dia no lado oculto, e quando vemos a lua cheia o lado oculto está na escuridão.
Dia e noite na Lua duram pouco menos que 15 dias cada um, ou seja, metade do mês sinódico. Naturalmente a Terra nunca aparece no céu do lado oculto da Lua. Também nunca nasce e se põe vista do lado visível, estando sempre no céu lunar, aproximadamente a mesma altura do horizonte.
Na próxima semana vamos contar uma história pitoresca a respeito de um dos fenômenos mais interessantes que envolvem a Lua: o eclipse. E vai ser justamente ao noitecer desta sexta, 27, que o leitor terá a oportunidade de observar na prática um eclipse total da Lua. Não perca!
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José Roberto de Vasconcelos Costa
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