Museu a céu aberto SCIARÁ

quarta-feira, 6 dezembro 2017
Ponto transformado pelos nove artistas do Urbano Arte durante o laboratório com Fernando Limberger

Artistas de Fortaleza transformam pontos de lixo em obras de arte urbana

Um dos maiores problemas dos grandes centros urbanos é a destinação incorreta do lixo. O acúmulo de resíduos contribui para a proliferação de vetores e a propagação de doenças. Com o objetivo de transformar essas paisagens degradadas pelo lixo em obras de arte urbana, estão sendo realizadas, desde o dia 1 de dezembro, intervenções com nove artistas locais, que através do projeto Urbano Arte, modificarão 33 pontos de lixo de Fortaleza (CE) até fevereiro de 2018, transformando a cidade em um museu a céu aberto. A iniciativa é patrocinada pelo Ministério da Cultura, via Lei Rouanet, e pelo Grupo Marquise e Ecofor Ambiental.

Artistas do Urbano Arte durante o laboratório com Fernando Limberger, em outubro. Foto: Mario Sabino – ShotUp

O curador do projeto, Gustavo Wanderley,  explica que a iniciativa se aproxima da arte pública e da arte urbana. “Com o Urbano Arte nós queremos transformar diversos territórios da cidade em uma experiência de apreciação da arte contemporânea. Consideramos o lugar da intervenção, uma estratégia complexa de aproximação da arte no lugar da urbe, que relaciona história, pessoas, afetos, memórias… Trata-se de uma contraposição portanto entre espaço e lugar”, comenta.

As primeiras intervenções ocorreram nos bairros Meireles, Montese e Álvaro Weyne. Pinturas, estêncil e paisagismo fazem parte das técnicas escolhidas pelos artistas Bruna Beserra, Alexsandra Ribeiro (Dinha) e Ceci Shiki, à frente das transformações iniciais.

O processo de transformação envolve diálogos com os moradores e comerciantes locais e estudantes, a fim de entender o contexto das paisagens escolhidas.

Em outubro, os artistas participaram, durante uma semana, de oficina com Fernando Limberger, artista plástico gaúcho reconhecido por seus projetos em paisagismo,  intervenções em espaços públicos e privados, além de projetos de jardins residenciais e comerciais. A programação da oficina incluiu uma trilha no Parque do Cocó, a fim de proporcionar aos artistas participantes do Urbano Arte conhecimentos sobre vegetação, plantio e possibilidades de utilização. Sob orientação de Limberger, uma intervenção conjunta abrangendo diversas linguagens foi realizada pelos nove integrantes do projeto no bairro Jacarecanga, encerrando a programação da oficina.

 

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Giselle Soares

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