O que sabemos até agora sobre esse intrigante mecanismo? Confira na coluna de hoje
Para celebrar o aniversário de 115 anos da descoberta da máquina de Antikythera, falarei um pouco sobre sua descoberta e o que sabemos até agora sobre esse intrigante mecanismo.
Ao longe sua aparência não difere de uma rocha coberta de musgo, mas ao olharmos mais atentamente vemos que por trás de sua camada de oxidação, devido a mais de 2 mil anos de morada no fundo do mar, existe um sistema intrincado de engrenagens. Na foto vemos a maior peça de um conjunto de 82, acredita-se que seja a parte frontal do mecanismo.
A descoberta
A descoberta foi feita nas águas da ilha grega de Antikythera, nome de batismo do mecanismo desde então, em 17 de maio de 1902 pelo arqueólogo Valério Stais. Inicialmente pensou-se que se tratava de um relógio solar, mas sua complexidade o deixou no esquecimento até os anos 50, quando o professor da Universidade de Yale Derek J. de Solla Price iniciou seus estudos sobre o mecanismo. Nos anos 70, em parceria com o físico grego Charalampos Karakalos, foram feitas imagens de raio-X das 82 peças. Acredita-se que o dispositivo vinha de Rhodes no antigo Império Romano.
O mecanismo
Das 82 peças descobertas, somente 16 possuem informações relevantes sobre o funcionamento e origem do mecanismo. O mecanismo funcionava como um grande calendário, informando posições de planetas, fases da lua e até eclipses! Uma de suas funções mais curiosas era a previsão das datas de ocorrência dos antigos Jogos Olímpicos.
Foi considerado o primeiro mecanismo antigo análogo a um computador, seu funcionamento básico não é mais um mistério e já foram feitas réplicas do mecanismo, o mistério está nos ponteiros indicadores dos planetas conhecidos na época, já que estes nunca foram encontrados. Ao lado, vemos a foto de uma das réplicas feita em 2007, mostrando que o mecanismo era operado através de manivelas.
A fabricação
A precisão de sua fabricação é tremenda, suas engrenagens possuem diversos tamanhos, com dentes em forma de triângulos equiláteros de 1,6mm, cada peça tem uma espessura de aproximadamente 1,4mm e um espaçamento entre cada engrenagem de 1,2mm, tudo indica que os dentes foram feitos a mão e com avanços nas técnicas de raio-x já é possível saber o número exato destes.
No esquema acima, vemos um corte lateral das engrenagens, como quando olhamos a lateral de uma moeda. Vemos que o mecanismo previa a posição de cinco planetas do sistema solar, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, todos visíveis a olho nu. Outra parte interessante é o mecanismo proposto para as fases da Lua, que seria composto de uma pequena esfera giratória, metade preta, metade branca, que ao girar, representaria as fases da Lua.
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