Luas que vêm e vão #HojeÉDiadeCiência

sexta-feira, 28 junho 2019
Alguns asteroides, corpos celestes de pequenas dimensões compartilham a órbita terrestre e nos seguem pelo espaço

Conheçam os coorbitais, corpos celestes que são considerados nossos satélites naturais temporários

Aprendemos na escola: a Lua é o único satélite natural da Terra. Grosso modo, isso é verdade. Mas se você pretende aprofundar seus conhecimentos sobre o Universo chegou o momento de saber que o nosso planeta possui vários satélites naturais.

É verdade que nenhum deles é tão belo e notável quanto a Lua, que tem cerca de ¼ dos mais de doze mil quilômetros do diâmetro da Terra. Mesmo assim alguns asteroides, corpos celestes de pequenas dimensões e formatos irregulares, compartilham a órbita terrestre e nos seguem pelo espaço.

São os coorbitais. Eles podem vir do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, ou mesmo serem pedacinhos da própria Lua, ejetados pelo impacto de grandes meteoritos.

A maioria dos asteroides que se aproxima da Terra simplesmente segue viagem. Mas uns poucos podem passar a compartilhar nossa companhia no caminho anual em volta do Sol.

Nenhum mistério. Esses asteroides não são propriamente prisioneiros da gravidade terrestre, apenas acompanham provisoriamente nossa órbita em torno do Sol, girando em volta do centro de gravidade do sistema formado pela Terra e pela Lua (chamado baricentro).

Sem nome

Podemos dizer que são luas temporárias (também é comum serem chamadas de quasi-luas). Afinal, o termo lua é sinônimo de satélite natural para qualquer planeta. Atualmente os astrônomos conhecem pelo menos cinco e nem se deram ao trabalho de escolher nomes, chamando-as simplesmente de 2004 GU9, 2006 FV35, 2013 LX28, 2014 OL339 e 2016 HO3 (o primeiro número indica o ano da descoberta).

Suas presenças em nossa vizinhança podem ser muito breves. Por exemplo, o coorbital ou quasi-lua 2003 YN107 acompanhou a Terra em volta do Sol de 1997 a 2006, mas já foi embora.

Já 2004 GU9 (um dos mais interessantes, com cerca de 200 m de diâmetro) está dançando à nossa volta há 500 anos – e pode continuar assim por mais 500. Embora isso não seja nada se comparado aos mais de 4 bilhões de anos que temos a Lua ao nosso lado.

Em nenhum caso você pode ver o luar de um coorbital a olho nu. Além de pequenos e escuros, eles estão muito mais longe que a própria Lua. Por outro lado, também não há risco de colidirem com o nosso planeta. Não os coorbitais.

Rebeldes

Como essencialmente giram em volta do baricentro do sistema Terra-Lua (não são satélites somente da Terra ou somente da Lua) às vezes nos alcançam vindo por trás, enquanto outras vezes é o nosso planeta que parece ultrapassá-los.

O resultado é que suas órbitas têm formatos curiosos para um observador terrestre. Em vez de círculos (elipses, para ser mais preciso) elas se parecem mais com ferraduras ou saca-rolhas!

E essa é a assinatura desses pequenos rebeldes espaciais. Como se quisessem nos dizer que são astros livres e não pertencem a planeta algum.

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Leia o texto anterior: Nascido nas estrelas

Leia também: Astronomia Zênite

José Roberto Costa

2 respostas para “Luas que vêm e vão”

  1. Enoleide Farias disse:

    Adoro essa coluna!

    • NossaCiencia disse:

      Cara Enoleide, nós também adoramos manifestações como a sua. Contribua com a divulgação dessa coluna e compartilhe nas suas redes sociais.

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